Associados da Mutualista Montepio aprovam contas por “larga maioria”
Opositores de Tomás Correia nas últimas eleições apelaram ao voto de censura dos associados a Tomás Correia, nomeadamente através do chumbo das contas. Mas as contas acabaram por ser aprovadas.
Os associados da Associação Mutualista Montepio Geral aprovaram na quinta-feira à noite as contas de 2018 por “larga maioria” e elegeram a comissão de revisão de estatutos, na assembleia-geral que decorreu em Lisboa, divulgou a mutualista.
Esta foi a primeira reunião magna depois de ter sido conhecida a multa do Banco de Portugal de 1,25 milhões de euros a Tomás Correia, presidente da mutualista, cuja idoneidade está agora a ser avaliada pelo regulador dos seguros para saber se poderá manter-se à frente da instituição.
Segundo disse a Associação Mutualista Montepio em comunicado, as contas individuais de 2018 (lucro de 1,63 milhões de euros, valor que compara com 587,5 milhões em 2017, quando beneficiou de elevados créditos fiscais) foram aprovadas por 82% dos 550 associados presentes.
Os associados aprovaram ainda a composição da comissão que preparará a revisão de estatutos, que a Associação Mutualista Montepio Geral tem de levar a cabo até setembro para que esteja em linha com o novo Código das Associações Mutualistas.
Essa comissão será composta por Manuel Porto, Pedro Sameiro, António Gaio, Alípio Dias e Menezes Rodrigues. Destes nomes, Alípio Dias e Menezes Rodrigues concorreram nas eleições de dezembro em listas da oposição a Tomás Correia (listas C e B, respetivamente).
Os opositores de Tomás Correia tinham apelado, no início do ano, a que a comissão de revisão de estatutos fosse composta precisamente por membros das várias listas que foram às eleições.
Contudo, fontes da oposição contactadas pela Lusa indicaram que aqueles dois membros que integram esta comissão foram contactados diretamente, pelo que esta comissão não resulta de um consenso entre o Conselho de Administração da mutualista e das listas que concorreram em dezembro, ao contrário do que pretendiam.
Ainda segundo o comunicado da mutualista, “a participação ativa dos associados nesta assembleia confirma a natureza democrática da associação e o poder atribuído aos associados de deliberarem sobre o presente e futuro de uma instituição incontornável na esfera da economia social em Portugal e na Europa e que, em 179 anos de história e atividade, nunca deixou de honrar os compromissos assumidos com a sua comunidade de associados”.
Em declarações à Lusa, antes da assembleia-geral, opositores de Tomás Correia nas últimas eleições apelaram ao voto de censura dos associados a Tomás Correia, nomeadamente através do chumbo das contas, o que não aconteceu.
António Godinho, líder da lista C nas eleições de dezembro (ficou em segundo lugar, após a lista de Tomás Correia, que venceu), divulgou um comunicado na quinta-feira à noite a informar que decidiu não participar na assembleia-geral “por considerar que a reunião está ferida de legitimidade a vários níveis”, considerando que é do “conhecimento público a pobreza da democracia na Associação Mutualista” e que “os discutíveis procedimentos da Mesa da Assembleia Geral”, presidida pelo padre Vítor Melícias, estão concebidos “para favorecer os dirigentes em exercício”.
“Nas votações, quem discorda é exposto a votar em pé, pois que as abstenções não são estatutariamente consideradas”, afirmou.
Ainda no comunicado, Godinho apelou à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) “para concluir com a maior urgência a avaliação de idoneidade de Tomás Correia e dos demais membros da Administração do Montepio, a fim de serem convocadas eleições num quadro de democraticidade”.
A Associação Mutualista Montepio Geral, com mais de 600 mil associados, é o topo do grupo Montepio e tem como principal empresa subsidiária a Caixa Económica Montepio Geral, que desenvolve o negócio bancário.
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