Extensão do Brexit? Só se May conseguir aprovação do acordo até 12 de abril

  • Lusa
  • 3 Abril 2019

May tem até 12 de abril para fazer com que o Parlamento britânico aprove acordo do Brexit. Só assim Juncker permite que haja a extensão do prazo, como pedido pela governante.

O presidente da Comissão Europeia defendeu que nenhuma extensão de curta duração do Brexit será possível se a Câmara dos Comuns não ratificar o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE) até 12 de abril.

“Se o Reino Unido estiver em condições de aprovar o Acordo de Saída, com uma maioria viável, até 12 de abril, a UE deverá, nesse caso, aceitar uma extensão até 22 de maio. Se a Câmara dos Comuns não se pronunciar antes desta data, nenhuma extensão suplementar de curta duração será possível”, declarou Jean-Claude Juncker.

Numa intervenção no Parlamento Europeu, na mini sessão plenária a decorrer em Bruxelas, o presidente do executivo comunitário argumentou que conceder uma nova extensão curta do Artigo 50.º ao Reino Unido poria em causa o normal decurso das eleições europeias, assim como o bom funcionamento da UE.

May identifica algumas ideias comuns com Corbyn

A primeira-ministra britânica identificou várias questões sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, em que concorda com o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, com quem se vai encontrar esta tarde.

“O propósito do encontro com o líder da oposição, é, de fato, olhar para as áreas com as quais podemos concordar e eu acho que há, na verdade, uma série de áreas com as quais concordamos em relação ao Brexit”, afirmou Theresa May na Câmara dos Comuns, durante o debate semanal com os deputados.

A chefe do governo acredita que ambos querem uma saída da União Europeia (UE) com um acordo, proteger os empregos, acabar com a livre circulação de pessoas e a necessidade de aprovar um acordo de saída. “O que queremos fazer agora é encontrar um caminho a seguir que possa garantir o apoio desta Câmara e concretizar o Brexit para efetivar o resultado do referendo [de 2016] e garantir que as pessoas possam continuam a ter confiança em que os seus políticos fazem o que eles lhes pediram para fazer”, vincou.

Confrontada várias vezes por deputados eurocéticos sobre as suas críticas a Corbyn e as suas declarações a favor de uma saída sem acordo se a escolha fosse um mau acordo, May defendeu que o Acordo de Saída que negociou com Bruxelas, mas foi chumbado três vezes no parlamento, é bom. “Eu quero concretizar o Brexit, quero concretizar Brexit de uma forma ordenada e quero fazê-lo o mais cedo possível e sem realizar eleições europeias. Mas para isso temos de aprovar um acordo de saída nesta Câmara”, respondeu.

Por sua vez, o líder do partido Trabalhista focou as suas perguntas sobre os níveis de pobreza no país e evitou fazer questões sobre o Brexit, comentando apenas que estava “ansioso” pelo encontro. “Saúdo a vontade [da primeira-ministra] de encontrar um compromisso para resolver o impasse do Brexit”, afirmou Jeremy Corbyn.

May e Corbyn vão encontrar-se na tarde desta quarta-feira a pedido da primeira-ministra, que anunciou na terça-feira que pretende pedir à UE um novo adiamento da data do Brexit “o mais breve possível”. May pretende que as negociações com Corbyn resultem num plano que respeite o resultado do referendo de 2016 que ditou a saída do Reino Unido da UE e que possa ser aprovado no parlamento a tempo de considerado pelos líderes europeus na próxima semana.

A UE agendou um Conselho Europeu de emergência para 10 de abril para avaliar a situação de decidir o que fazer a seguir, tendo em conta que, atualmente, a data de saída do Reino Unido da UE é 12 de abril. O objetivo do governo é acelerar este processo para que a proposta de lei para a saída da UE seja aprovada antes de 22 de maio, evitando assim que o Reino Unido participe das eleições parlamentares europeias de maio.

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