Auditora EY sem reservas aos prejuízos de 1.412 milhões do Novo Banco
Lone Star e Fundo de Resolução já aprovaram prejuízos de 1.412 do Novo Banco do ano passado. Resultados já foram acompanhados do parecer da auditora EY que não colocou qualquer reserva.
Lone Star e Fundo de Resolução aprovaram na passada sexta-feira os resultados anuais do Novo Banco relativos a 2018, os quais apuraram um prejuízo avultado de 1.412 milhões de euros. A auditora EY não apresentou qualquer reserva às contas. E, assim, o pedido de 1.150 milhões de euros ao Fundo de Resolução aguarda apenas a confirmação do agente de verificação independente.
“Em nossa opinião, as demonstrações financeiras consolidadas anexas apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspetos materiais, a posição financeira consolidada do Novo Banco em 31 de dezembro de 2018, o seu desempenho financeiro consolidado e os seus fluxos de caixa consolidados relativos aos ano findo naquela data”, refere a EY na certificação legal das contas e relatório de auditoria que vem no relatório e contas divulgado esta sexta-feira ao final da tarde, já depois de os acionistas terem aprovado os resultados em assembleia geral.
A EY, que substituiu a PwC como auditora do Novo Banco no final de 2017, não colocou reservas às contas, mas salientou um conjunto de “matérias relevantes” que tiveram maior importância na auditoria das demonstrações financeiras e para as quais apresentou a “descrição dos riscos de distorção material mais significativos” e a “síntese de resposta” a esses riscos.
Entre as seis matérias consideradas mais relevantes pela auditora estão, por exemplo, a “Imparidade para Crédito a Clientes”, o “Mecanismo de Capital Contingente”, a “Recuperabilidade dos ativos por impostos diferidos” ou a “Mensuração de Imóveis recebidos por recuperação de crédito concedido”.
Peritos ajudam a analisar pedido ao Fundo de Resolução
No que diz respeito ao mecanismo de capital contingente, a garantia pública no valor de 3,89 mil milhões de euros criada aquando da venda do Novo Banco ao Lone Star em 2017, e que obriga o Fundo de Resolução a injetar dinheiro no banco em caso de perdas com um conjunto de ativos e de redução dos rácios de capital abaixo do exigido, a EY reconhece que o cálculo da compensação financeira é “complexo” e que o valor pedido é “significativo no desempenho do grupo e é relevante para a sua solvabilidade”.
O Novo Banco vai pedir 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, uma entidade pública financiada pelos bancos do sistema, isto depois de ter pedido cerca de 790 milhões no ano passado. A chamada de capital motivou uma acesa discussão pública, com o Ministério das Finanças a ordenar imediatamente uma auditoria aos processos de crédito que estão no perímetro daquele mecanismo e com os partidos políticos a chamarem ao Parlamento vários responsáveis do banco para explicar o “buraco”, entre eles o presidente da instituição, António Ramalho. Entretanto, o PSD também já pediu uma auditoria independente ao Novo Banco relativa à fase posterior da resolução do BES, decidida em agosto de 2014.
Para que este pedido seja confirmado faltava a “opinião” da EY, que é agora revelada. A auditoria informa que procurou o “apoio de especialistas em normas internacionais de relato financeiro” para avaliar “a contabilização dos montantes reclamados ao Fundo de Resolução”. Mas ainda falta mais uma confirmação: do agente de verificação independente, a Oliver Wyman.
O Novo Banco é detido em 75% pelo Lone Star e em 25% pelo Fundo de Resolução.
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