Rio e Cristas estenderam “uma passadeira vermelha a Costa”, diz Marques Mendes

Marques Mendes classificou a jogada política do PSD e CDS na Lei dos professores de amadorismo. Foi um "erro enorme do PSD e CDS" e vão pagar a fatura", diz. Já Costa como "profissionalão" aproveitou.

A crise política chegou ao fim. “Foi uma crise de um fim de semana”. Mas vai ter consequências. Para Luís Marques Mendes PSD e CDS vão “pagar a fatura” pela “ingenuidade e amadorismo” com que conduziram a situação e António Costa vai capitalizar a “passadeira vermelha” que a direita lhe estendeu.

Em tom de brincadeira, o antigo líder do PSD sugeriu que António Costa deveria enviar um cartão de agradecimento a Rui Rio e umas flores a Assunção Cristas porque lhe deram a possibilidade de reiterar a imagem de “grande protagonista do rigor e da estabilidade orçamental” e que os governos socialistas “já não são despesistas”.

O grande ganhador é o Costa e o PS. Ganhou autoridade. Tudo o que disser é ouvido com mais atenção e os outros não serão ouvidos com tanta atenção”, disse Marques Mendes no seu comentário semanal na Sic Notícias, integralmente dedicado à crise política gerada com a ameaça de demissão do primeiro-ministro, na sexta-feira, caso o reconhecimento integral do tempo de serviço dos professores fosse aprovado em votação final global a 15 de maio. Este episódio “salvou as eleições europeias” ao PS que não lhe estavam a correr nada bem.

E para as legislativas a consequência é a de, “a partir de agora, relançar a ideia da maioria absoluta”. Costa “vai falar ao centro” e os seus argumentos até podem ser ouvidos porque “o eleitorado moderado ficou com os cabelos em pé”, com esta situação. Isto apesar do recuo tanto do PSD como do CDS que vieram precisar que só aprovam a lei se forem votadas as condicionantes económicas que constavam das suas propostas iniciais, mas que não passaram na especialidade e que, por “ingenuidade ou amadorismo”, ambos deixaram passar, aprovando ainda assim o reconhecimento integral do tempo: os nove anos, quatro meses

“Sem as condições não podiam ter aprovado a lei”, diz Marques Mendes. “Como Costa é um profissionalão da política aproveitou” este “erro enorme do PSD e CDS”, um erro que os levará a “pagar a fatura”, porque um dos seus maiores ativos “é serem responsáveis, serem rigorosos”, acrescentou.

O recuo da direita é na sua opinião um mal menor, porque era necessário controlar os danos. “Tiveram derrota na opinião pública, mas se insistissem isto transforma-se em lei depois levariam o veto político do Presidente da República que seria visto como um aval a Costa e um sancionar a Rui Rio e Assunção Cristas”, acrescentou.

Se Rio tivesse dito na sexta-feira o que disse hoje, o problema não teria surgido“, sublinha Marques Mendes. Porque não o fez? “Essa é a questão”, conclui.

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