Wall Street em queda com tweets de Trump
As ameaças de Trump caíram mal junto dos responsáveis chineses, que ponderam agora desistir das negociações. Novas tensões comerciais pressionam negociações em Wall Street.
As bolsas norte-americanas abriram em queda. À semelhança do que está a acontecer na Europa, as negociações estão condicionadas por dois tweets do Presidente dos EUA. Trump recorreu à rede social para criticar a “lentidão” nas negociações sino-americanas e para anunciar um reforço nas tarifas e a implementação de novas taxas sobre um conjunto adicional de produtos importados da China. Na sequência das ameaças, a China está a considerar desistir das negociações.
Poucas cotadas estão a escapar à pressão vendedora desta segunda-feira. O fraco desempenho das ações reflete-se na evolução negativa dos índices, com o S&P 500 a cair 1,57%. O industrial Dow Jones desliza 1,4% e o tecnológico Nasdaq perde 1,7%. O Vix, um índice que mede a volatilidade nos mercados e que é tradicionalmente associado ao receio dos investidores, subiu 4,53 pontos para um máximo desde o final de janeiro, a cotar agora em 17,4.
A correção acontece porque o clima tem sido de esperança em torno das negociações entre China e EUA, sentimento que tem impulsionado o preço das ações em Wall Street (e não só). As considerações feitas por Donald Trump no Twitter foram, por isso, um balde de água fria para os investidores.
As ações da Apple estão a cair mais de 3%, na medida em que o país é sensível às questões comerciais devido à grande penetração do iPhone no mercado chinês. Além disso, soube-se esta segunda-feira que a empresa liderada por Tim Cook vai ser alvo de uma investigação por parte da Comissão Europeia, na sequência de uma queixa interposta pela empresa europeia Spotify. Já a Caterpillar derrapa 3,1%, enquanto a Boeing cai 2,42%.
Mas o que dizem os tweets de Trump? “Nos últimos dez meses, a China tem pagado tarifas aos EUA de 25% sobre 50 mil milhões de dólares de [produtos de] alta tecnologia e 10% sobre 200 mil milhões de dólares de outros bens. Estes pagamentos são parcialmente responsáveis pelos nossos grandes resultados económicos”, começou por escrever o Presidente dos EUA.
Trump anunciou de seguida que “os 10% vão subir para 25% esta sexta-feira” e disse que “325 mil milhões de dólares de bens adicionais” importados da China continuam sem pagar taxas aduaneiras, mas que vão passar a estar sujeitos a uma “taxa de 25%”. O Chefe de Estado norte-americano terminou com uma crítica aos chineses. As negociações em torno do “acordo comercial com a China continuam, mas demasiado devagar”, atirou o Presidente dos EUA.
A China está agora a considerar pôr fim às negociações, deitando por terra meses de conversações que os investidores esperavam que viessem travar a escalada das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Os investidores estão igualmente atentos às tensões entre os EUA e o Irão. Segundo a CNN, os norte-americanos enviaram para o Médio Oriente o porta-aviões USS Abraham Lincoln e um grupo de bombardeiros, numa clara mensagem aos iranianos perante um “conjunto de indicações problemáticas” vindas do Irão, disse o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton.
(Notícia atualizada às 14h54 com informação sobre as tensões entre EUA e Irão)
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