SoftBank e pares japonesas adiam lançamento de telemóveis da Huawei
As ondas de choque das sanções dos EUA à Huawei chegaram ao Japão. O SoftBank e a KDDI decidiram adiar o lançamento de telemóveis da marca chinesa, enquanto a NTT Docomo decidiu parar as encomendas.
Dois grandes operadores de telecomunicações japoneses anunciaram esta quarta-feira o adiamento do lançamento de novos smartphones da marca chinesa Huawei, na sequência da decisão de Washington de por o conglomerado chinês na lista negra das exportações. O presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu na semana passada proibir as exportações de produtos tecnológicos norte-americanos para determinadas empresas consideradas de risco, tendo em vista a Huawei.
A KDDI e o SoftBank, respetivamente segundo e terceiro maiores operadores no Japão, explicaram que optaram por um adiamento para avaliar o impacto das sanções norte-americanas. Por outro lado, o pioneiro do setor, NTT Docomo, anunciou que “parou as encomendas” de um modelo que previa lançar este verão sem, contudo, declarar que adiaria o lançamento.
O SoftBank tinha inicialmente previsto comercializar um novo terminal Huawei na sexta-feira, mas suspenderam a venda por tempo indeterminado. “Estamos a analisar se os nossos clientes poderão utilizar o equipamento com toda a segurança”, explicou um porta-voz da companhia, Hiroyuki Mizukami, citado pela AFP. A KDDI também assumiu uma decisão similar, tendo a porta-voz da empresa, Reiko Nakamura, explicado que “estão a estudar as repercussões da decisão norte-americana”.
Como consequência imediata do anúncio de Washington, a Google anunciou no domingo que iria cortar as pontes com a Huawei, quando o grupo chinês depende do gigante norte-americano da Internet para o sistema Android, instalado na maioria dos smartphones no mundo. Sem o Android, a Huawei arrisca-se a não conseguir convencer os clientes a comprarem os dispositivos da marca que não podem descarregar aplicações como o Gmail, Maps e YouTube, por exemplo.
Perante a inquietação dos utilizadores e das empresas norte-americanas, os Estados Unidos concordaram em fazer um adiamento de 90 dias antes de impor sanções para que a Huawei e os seus parceiros de adaptem. Presente em 170 países, a Huawei é suspeita de espiar para Pequim, que terá contribuído largamente para a expansão internacional da empresa chinesa.
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