Oeiras quer ser a Silicon Valley portuguesa. Vai investir 400 milhões
A Câmara de Oeiras vai construir no concelho o "Oeiras Valley", um "ecossistema único para negócios, ciência e tecnologia". O projeto prevê ainda a construção de imóveis para venda e arrendamento.
A criação de um “ecossistema único para negócios, ciência e tecnologia” é o objetivo do programa “Oeiras Valley”, lançado oficialmente esta quinta-feira pelo município, que deverá constituir uma agência municipal para concretizar a ambição no terreno.
“Tenho vindo a defender, há largos anos, a ideia de que Oeiras reúne todas as condições para ser uma espécie de Silicon Valley portuguesa. E é dessa forma que nós queremos realizar este sonho”, afirmou o presidente da câmara, Isaltino Morais. O autarca, que falava no auditório do Templo da Poesia, no Parque dos Poetas, em Oeiras, acrescentou que o lançamento do programa é a concretização de uma visão para “um município mais moderno, mais inteligente, mais desenvolvido, mais internacional e inclusivo”.
O lançamento do programa terá, no entanto, “os munícipes e os cidadãos no centro” de um novo ciclo de desenvolvimento do município, que permita criar em Oeiras o “maior viveiro de inovação, ciência, criatividade e tecnologia em Portugal”, salientou Isaltino Morais.
O presidente da autarquia notou que Oeiras se encontra bem posicionado para atingir o objetivo a que se propõe, uma vez que é o segundo município a nível nacional “com maior volume de negócios das empresas não financeiras”, concentrando um elevado número de empresas do setor das tecnologias de informação e comunicação (TIC). “O nosso município concentra 10,8% das empresas deste setor existentes na Área Metropolitana de Lisboa”, frisou o eleito por um movimento independente, nomeando a escolha da Cisco, da HP e da Google para fazer de Oeiras “a sua casa”.
Apesar de o município ter sido pioneiro na criação de parques empresariais, científicos e tecnológicos, como Taguspark, Quinta da Fonte e Lagoas Park, Isaltino Morais ambiciona atrair mais investimento para o concelho, que possibilite a Oeiras afirmar-se como “primeiro município português na área da ciência” e reforçar o seu papel nas exportações. Para atingir os objetivos do programa, a autarquia assume a necessidade de apostar em políticas de desenvolvimento económico e social, e na melhoria da mobilidade, devido aos problemas reconhecidos na área dos transportes.
O município, além do lançamento de um programa de bolsas que permita aos jovens do concelho aceder ao ensino universitário, propõe-se a ajudar os empresários a ultrapassar as dificuldades burocrática através da constituição de uma “agência ou empresa” de âmbito municipal que dinamize o desenvolvimento do “Oeiras Valley”.
“O ponto de partida já é muito elevado, praticamente 13% do PIB é gerado aqui em Oeiras. A fasquia já é muito alta e, portanto, o crescimento a partir de agora tem de ser mesmo muito qualitativo e há áreas aqui nos estão a criar alguns problemas“, frisou Isaltino Morais, em declarações à Lusa, apontando para a acentuada falta de investimento nos transportes.
O município contribuirá com um investimento global de 400 milhões de euros para facilitar a concretização do programa “Oeiras Valley”, que contará com uma aposta em outras áreas, como a habitação, com a construção prevista de fogos para venda e arrendamento. Para o presidente da autarquia, o programa demonstra um grande empenhamento da câmara e que “não se está a dormir à sombra dos louros”.
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