Regressar ao trabalho depois de uma pausa? Programas “de retorno” crescem
Pausas na carreira estão, segundo a Hays, a ganhar mais expressão no mundo laboral. E é nesta população que pode estar a solução para a falta de competências no mercado.
Deixaram a carreira em pausa para voltarem aos estudos, para dar apoio à família, por motivos de saúde ou até para viajar. Apesar de não serem muito comuns em Portugal, as pausas na carreira estão, segundo a Hays, a ganhar cada vez mais expressão no mundo laboral. E é nesta população que pode estar a solução para a falta de competências no mercado.
“Algumas empresas têm dificuldades em desempenhar todo o seu potencial devido à escassez de competências. Uma forma eficaz de combater isso é trazer esses profissionais, com as aptidões essenciais, de volta ao mercado de trabalho. Assim, algumas empresas estão a começar a garantir a implementação de um programa de retorno eficaz”, diz Matilde Moreira, manager da Hays Portugal.
Empresas como a PayPal, a Willmott Dixon, a Target, a Microsoft, a Unilever, a IBM, a Vodafone e a Dell apostam já em programas de retorno, para atrair, contratar e tirar o máximo proveito da experiência e das aptidões desses profissionais.
“Os custos de um programa de retorno são elevados, por isso as empresas devem estar cientes e realistas quando o iniciam. Devem certificar-se de que o retorno é visto como um investimento que vale a pena e que está a ser implementado para obter os melhores resultados. As empresas precisam de identificar onde há a escassez de aptidões nos seus negócios ou qual área que beneficiará de uma maior diversidade”, refere a responsável.
Dos profissionais que deixam a profissão “on hold”, muitos são mulheres. “Recursos muito valiosos para as companhias, preenchendo faltas de competências específicas e aumentando a diversidade”, como atesta a Robert Walters.
Uma análise da mesma consultora, sobre “Estratégias de talento sustentável – Women in Business”, percebeu que 90% das mulheres gostariam, no regresso ao trabalho, de estar num setor que lhes permitisse uma melhor conciliação com a vida familiar. Um salário atrativo e benefícios da empresa, possibilidades de progressão de carreira, trabalho gratificante e iniciativas de bem-estar são outros dos aspetos que mais valorizam.
“Contudo, há uma disparidade nas atitudes de empregadores e empregados em relação ao trabalho flexível: enquanto a maioria das mulheres profissionais quer mais opções de trabalho flexível (seja melhores horários ou possibilidade de trabalhar a partir de casa), menos de metade das empresas oferece esta possibilidade. Aliás, 63% das mulheres sente que aceitar medidas que permitam um melhor work-life balance depois de serem mães pode interromper ou interrompeu a sua projeção profissional”, afirma a consultora.
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