Na mesa do recrutador: Isabel Heitor, da ANA

Tem a seu cargo 1.300 trabalhadores e nenhuma empresa concorrente no mesmo mercado. Fomos espreitar a mesa de trabalho de Isabel Heitor, diretora de recursos humanos da ANA Aeroportos.

Há pouco mais de um mês na direção de recursos humanos da ANA, Isabel Heitor ainda não teve tempo de arrumar o escritório como fez com os anteriores. “Seria ofensivo trazer uma fotografia minha para aqui, por causa dos quadros que aqui há”, conta. Mas a mesa de trabalho já tem marcas da gestora de recursos humanos. Depois de 15 anos no retalho e 13 na hotelaria, Isabel decidiu mudar de setor.

Na empresa que pertence à francesa Vinci, Isabel tem a seu cargo 1.300 trabalhadores e nenhuma empresa concorrente no mesmo mercado. Mas isso não significa trabalho mais fácil, garante. “Não conseguimos ir ao mercado buscar pessoas com experiência portanto, ou formamos as pessoas ou então não temos alternativa. O facto de hoje a ANA fazer parte de uma empresa internacional que tem outros aeroportos, tem a vantagem de trazermos pessoas que já conhecem esta área. Mas para mim um dos grandes desafios é conseguir levar pessoas daqui para outros países para terem outras visões e principalmente, como sabe, atrair talento para o novo aeroporto que vamos construir”, explica à Pessoas.

Na mesa de trabalho da gestora de recursos humanos da ANA não faltam blocos de notas – onde aponta ideias – nem uma agenda em papel, uma espécie de depósito de boas memórias onde guarda bilhetes de cinema, exposições e outras coisas que faz nos tempos livres. Os dois telemóveis – o do trabalho e o pessoal – que usa diariamente também não escapam ao tampo de madeira. Ainda que o telefone, garante a responsável, seja apenas um complemento ao trabalho mais importante de um gestor de recursos humanos: cuidar e estar atento a todas as pessoas.

“Há uma ideia muito romântica de que a pessoa dos recursos humanos deve motivar as outras, procurar os talentos. Mas isso não passa de uma ideia romântica, é muito mais do que isso. (…) Se estivermos atentos conseguimos rentabilizar melhor os recursos, poupamos dinheiro às empresas e somos capazes de perceber se estamos ou não enquadrados no negócio – porque é muito importante ter números e estarmos alinhados com toda a organização e atentos ao que se passa à nossa volta. Sou muito terra a terra, é muito mais importante percebermos isso de estarmos atentos. A gestão das pessoas é isso”, constata.

A mesa de Isabel Heitor, diretora de recursos humanos da ANA Aeroportos.Hugo Amaral/ECO

Troféu

Já há alguns anos que felizmente tenho, e não é mérito meu mas mérito das empresas. Este tive a sorte, não foi mesmo mérito meu, tinha chegado há duas semanas à empresa quando fui receber este prémio. A ANA está em 4.º lugar das melhores empresas em termos de employer branding. É um prémio e um reconhecimento das pessoas todas. E normalmente costumo ter na minha sala os prémios que a empresa vai recebendo. Se me perguntar, não tem muitos programas mas tem muitas coisas para as pessoas internamente, menos voltadas para o exterior. Por exemplo, programas para os filhos dos colaboradores, um clube que faz desde passeios de mota, viagens, idas ao cinema, clubes de leitura. Nunca tivemos a preocupação de fazer marketing para o exterior, mais voltadas para as nossas pessoas.

Telefones

Isabel Heitor tem dois telefones em cima da mesa, um pessoal e outro profissional. Guarda neles os contactos, as fotografias da família, os cartões de embarque – “tenho sempre algum voo marcado”, conta. “Nos últimos anos passei muitas horas nos aeroportos e, por isso, os emails foram muitas vezes respondidos através do telemóvel”.

Blocos

Na carteira, Isabel tem sempre quatro ou cinco blocos de apontamentos. É lá que guarda notas, pensamentos, ideias e outras coisas que não gosta de apontar em plataformas digitais. “Tenho sempre os cadernos onde vou escrevendo. E sempre uma agenda em papel onde guardo bilhetes de cinema e outras coisas que sejam boas memórias para mim”, conta.

Livros

Com várias licenciaturas concluídas, Isabel Heitor acredita que é responsabilidade de cada um continuar sempre a aprender coisas novas. Por isso, sempre que está a trabalhar em projetos usa algum do tempo disponível para ler sobre novas tendências. Na secretária atualmente estão “Gens qui rient, gens qui pleurent”, de Jacques Regard, “Le lidership partagé”, de Édith Luc e “Liberté & Cie”, de Isaac Getz e Brian M. Carney, além do “Encontre o seu equilíbrio”, da portuguesa Conceição M. Espada. “Ando sempre com livros e aproveito muito para ler quando vou no avião”, explica.

Post-its

Entre palavras soltas, frases completas e apenas “sinais”, Isabel Heitor polvilha a mesa onde trabalha com vários post-its. Uma maneira de “não estar sempre a riscar o caderno”.

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