Quem dá mais? PSD prevê mais crescimento. Centeno também
O programa eleitoral do PSD prevê um crescimento do PIB mais robusto do que o previsto no PEC do Governo. Mário Centeno também diz que vai melhorar previsões.
Esta semana, o líder do PSD apresentou o cenário macroeconómico que vai balizar as propostas eleitorais dos social-democratas. Os economistas de Rui Rio partem da previsão de crescimento do PIB para este ano de 1,6% (do Conselho das Finanças Públicas) e apontam para valores mais otimistas nos próximos anos face aos números que estão no Programa de Estabilidade do Governo.
Estas são as previsões do PSD, comparadas com as do PEC:
2019 = 1,6% [PEC prevê = 1,9%]
2020 = 2,0% [PEC prevê = 1,9%]
2021 = 2,2% [PEC prevê = 2,0%]
2022 = 2,4% [PEC prevê = 2,0%]
2023 = 2,7% [PEC prevê = 2,1%]
Este crescimento mais acentuado, segundo o líder dos social-democratas, vai ser conseguido graças ao impacto na economia de um alívio fiscal (de 3,7 mil milhões de euros) e de uma aceleração do investimento público (mais 3,6 mil milhões de euros). Sobre a descida de impostos, Rui Rio desvendou esta sexta-feira algumas medidas, nomeadamente a promessa de descer o IRC cobrado às empresas (dos atuais 21% para 17% em 2023) e uma descida do IVA na eletricidade e gás, de 23% para 6%.
As criticas do PS: “Buraco negro” e “falha ali quase tudo”
O PS, através do deputado João Paulo Correia, já tinha reagido aos números do PSD, dizendo que Rui Rio pretende abrir “um buraco negro” na ordem dos 7,2 mil milhões de euros nas contas públicas nacionais nos próximos anos e exigiu “explicações urgentes” dos social-democratas.
E não é a única voz socialista a pedir explicações. Também Mário Centeno pede explicações, não tanto em relação às previsões de crescimento, mas sobre o corte prometido, e não especificado, nas despesas.
“Não vejo uma dificuldade significativa no cenário macro apresentado pelo PSD desse ponto de vista. Já a mesma coisa não penso em relação à sua razoabilidade orçamental, onde, do pouco que sabemos daquele programa, me parece que falha ali quase tudo”, afirmou Mário Centeno, em entrevista este sábado ao jornal Público.
O ministro das Finanças fala no “habitual milagre do corte da despesa que levanta algumas dúvidas, em particular no que diz respeito aos consumos intermédios. Aquela evolução que é ali prevista só é possível com reduções reais da despesa com consumos intermédios e há uma dimensão enormíssima deste tipo de despesa que é precisamente na saúde.” Por isso pede explicações: “é só preciso explicarem”.
Mário Centeno mais otimista do que… Mário Centeno
Nesta entrevista, Mário Centeno desvenda que voltará a contribuir para a elaboração do programa eleitoral do PS, tal como fez em 2015 com um grupo de 12 economistas.
Tal como Rio Rui, promete um quadro económico mais otimista do que aquele previsto no Programa de Estabilidade do próprio Governo.
“Naturalmente, espero que as medidas que apareçam no programa eleitoral do PS sejam amigas do crescimento económico e, portanto, a resposta é sim”. A pergunta era a seguinte: “Vai ter metas mais ambiciosas de crescimento do que o Programa de Estabilidade?”
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