EDP vai receber propostas por ativos ibéricos até ao fim do mês
CEO António Mexia reafirmou que há muito interesse nos ativos que a elétrica pôs no mercado. Há cerca de uma dezena de candidatos na corrida.
A EDP vai receber, até ao final do mês, propostas pelos ativos hídricos, na Península Ibérica, que tem disponíveis no mercado. Numa conference call com analistas esta sexta-feira, o CEO António Mexia garantiu que há forte interesse por estas vendas. A partir de agosto, a elétrica vai analisar as ofertas não vinculativas.
“Construímos um mix que faz sentido geograficamente que permita a quem ficar com os ativos uma gestão que faça sentido. O nosso cenário base é claramente não mantermos a operação. Se necessário, poderemos fazê-lo, mas vai depender do comprador. Esperamos receber propostas não vinculativas até ao final do mês”, disse Mexia quando questionado sobre o processo.
A EDP anunciou em março que vai vender ativos, esperando um encaixe de 6.000 milhões de euros, com o objetivo de alcançar financiamento para apostar nas energias renováveis. A venda de negócios não estratégicos, como ativos em regime de mercado e centrais térmicas em Portugal e Espanha, poderá gerar um encaixe de 2.000 milhões de euros.
Tal como já tinha dito na conferência de apresentação de resultados relativos a 2018, Mexia sublinhou que “há um forte interesse” nestes ativos. Após as manifestações iniciais de interesse, cerca de uma dezena de empresas foram convidadas a fazer propostas. Apesar de várias publicações terem avançado potenciais interessados, a espanhola Endesa foi a única a confirmar que irá apresentar uma proposta.
A alienação de ativos deverá ser concretizada nos próximos 12 a 18 meses. Desde a apresentação do plano estratégico, o grupo vendeu 997 megawatts de capacidade instalada em parques onshore por cerca de 800 milhões de euros, o que representam “melhores avaliações que o esperado”, segundo o gestor.
EDP e Engie já estão a trabalhar. No Brasil, mudanças só com o apoio da CTG
Outra das grandes mudanças no grupo desde a apresentação desse plano prende-se com a joint-venture criada em partes iguais com a francesa Engie. O projeto foi conhecido ainda sem nome (e assim continua), mas com o objetivo de se tornar líder no eólico offshore. Mexia confirmou que que as duas equipas estão a trabalhar com foco nessa meta, mas não adiantou mais pormenores a atividade.
A parceria com a Engie deu azo a notícias sobre uma possível solução semelhante no Brasil. Na conference call, o gestor foi questionado sobre a hipótese de uma fusão de ativos no Brasil com a China Three Gorges.
“A especulação sobre o Brasil não vale a pena gastarmos o nosso tempo. O Brasil desempenha um papel importante da nossa atividade. Não vamos tomar nenhuma decisão em relação ao Brasil que não faça sentido e não vamos tomar nenhum caminho que não seja no interesse do nosso acionista maioritário“, afirmou Mexia.
A conference call aconteceu no seguimento da apresentação de resultados semestrais da EDP. A elétrica portuguesa fechou a primeira metade do ano com lucros de 405 milhões, um crescimento de 7% face ao mesmo período do ano passado. Esta melhoria é explicada pela atividade internacional. Por outro lado, o mercado português continua a penalizar as contas do grupo.
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