Governo recebe “com enorme surpresa” notícia de que a Altice desistiu de enterrar cabos
O Governo soube "pelos jornais" que a Altice decidiu rasgar o contrato assinado em 2017 com a IP Telecom para enterrar 1.000 quilómetros de cabos em zonas de risco de incêndio.
Foi “com enorme surpresa” que o Governo recebeu a notícia de que a Altice Portugal desistiu de enterrar cabos usando a infraestruturação da empresa pública IP Telecom. Numa reação enviada ao ECO, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação diz mesmo que “teve conhecimento” da notícia “pelos jornais”.
A Altice Portugal anunciou esta terça-feira que rasgou o contrato assinado em 2017 com a IP Telecom, que previa que 1.000 quilómetros de traçado aéreo fosse enterrado com recurso às condutas da IP Telecom, em zonas de elevado risco de incêndio. Um ano e meio depois, a dona da Meo fala em “inação” da IP Telecom e obstáculos que têm sido levantados pela empresa pública, referindo que instalou apenas 100 quilómetros de cabos e que nem estes conseguiu ligar à sua rede.
Face à notícia, o Governo vem agora reagir. Sem dar a sua versão dos factos, fonte oficial do ministério tutelado por Pedro Nuno Santos refere que, “no passado dia 8 de agosto”, no seguimento de “uma de várias reuniões que vinham ocorrendo” entre o Governo, a Altice Portugal e a Infraestruturas de Portugal (IP), “foi possível chegar a um acordo entre as partes, tendo sido ultrapassadas as divergências que subsistiam até essa data, relativas a custos e condições de implementação dos termos do protocolo”.
Assim, segundo o Governo, “nada fazia prever que a Altice tomasse esta decisão”. O Executivo apela ainda a que a empresa privada “assine o acordo que fechou no dia 8 e que lhe foi remetido para assinatura”.
IP fala em “exigências colocadas pela Altice”
A IP garante que “sempre mostrou disponibilidade para aceder às exigências colocadas pela Altice”, depois de a empresa ter denunciado o contrato com a IPTelecom para o enterramento de cabos de telecomunicações.
Em comunicado, “a IP esclarece que sempre mostrou disponibilidade para aceder às exigências colocadas pela Altice para a execução dos trabalhos a que esta se comprometeu no âmbito do Contrato de Acesso e Utilização de Canal Técnico Rodoviário (CTR), designadamente as que foram acordadas entre as partes na reunião havida na secretaria de Estado das Infraestruturas no passado dia 08 de agosto e que integraram uma adenda ao referido contrato”.
Por isso, “não se compreende a posição agora assumida pela Altice, nem se reconhece fundamento para uma eventual denuncia do contrato, assinado entre as partes a 7 de dezembro de 2017”, conclui a IP.
(Notícia atualizada às 12h34 com reação da IP)
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