Itália anima bolsas europeias. Jerónimo Martins atira Lisboa para perdas

Houve progressos em Itália com vista à formação de um novo governo, o que deixou os investidores mais animados quanto à saída do italianos da crise política. Mas Lisboa fechou a cair ligeiramente.

Progressos nas negociações entre o Partido Democrático e o Movimento 5 Estrelas com vista à formação de um novo governo em Itália deixaram os investidores europeus mais descansados em relação a uma solução para a crise política italiana. As bolsas europeias fecharam o dia com ganhos, destacando-se a praça milanesa. Ainda assim, o entusiasmo não chegou a Lisboa, com o PSI-20 a fechar ligeiramente abaixo da linha de água, sobretudo por causa da Jerónimo Martins e do BCP.

O principal índice português encerrou com uma queda de 0,03% para 4.806,69 pontos. Oito cotadas registaram quedas, com destaque para a retalhista dona do Pingo Doce e para o banco BCP, que perderam 1,28% e 0,73%, respetivamente.

Outros dois pesos pesados no setor energético condicionaram a negociação na praça portuguesa: a EDP Renováveis caiu 0,73% e a Galp caiu 0,12% para 12,53 euros.

Lisboa fechou praticamente na linha de água, com as subidas de 2% da Altri e da Corticeira Amorim a contrabalançarem. Foram os melhores desempenhos por cá nesta terça-feira.

“Aparentemente, a Altri beneficiou do seu caráter mais cíclico, que geralmente é favorecido quando os investidores globais demonstram uma maior propensão ao risco. No entanto, essa maior propensão ao risco não foi tão evidente em outros títulos cíclicos como a concorrente Navigator”, referiram os analistas do BPI no Comentário de Fecho. “O BCP continuou a demonstrar um comportamento em contraciclo com os seus pares europeus e mais concretamente do Sul da Europa”, disseram ainda.

BCP desvaloriza quase 1%

Entretanto, lá por fora, depois de uma manhã nervosa por causa da indefinição em torno do novo executivo italiano, os investidores respiraram de alívio depois de o Partido Democrático ter dado conta de progressos nas conversações com o Movimento 5 Estrelas. Itália procura uma saída para a crise política que se instalou depois da demissão de Giuseppe Conte há uma semana.

Neste contexto, o FTSE-Mib avançou mais de 1,5%. Nas restantes praças europeias os ganhos foram mais modestos, situando-se entre os 0,3% e 0,6%.

No mercado de dívida, os juros da dívida a 10 anos de Itália caíram para 1,143%, o valor mais baixo em três anos.

“O principal nó das negociações parece ser o nome do primeiro-ministro. O Movimento 5 Estrelas pretende que continue a ser Giuseppe Conte, enquanto o Partido Democrático exige uma rutura com o governo demissionário. Apesar do impasse, as ações transalpinas subiram e o spread entre as yields italianas e as alemãs atingiram o mínimo deste ano”, explicaram os analistas do BPI.

Acrescentaram ainda outra notícia como fator positivo para as bolsas: a de que “as autoridades chinesas decidiram suavizar a regulamentação em relação à compra de automóveis no país, de forma a estimular o consumo, uma medida que beneficia os produtores europeus”.

(Notícia atualizada às 17h07)

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