Espanha tenta seduzir gigantes da banca com impostos baixos

  • Marta Santos Silva
  • 9 Dezembro 2016

O ministro da Economia Luis de Guindos tem-se reunido com bancos desde o JP Morgan ao Goldman Sachs para tentar beneficiar de um possível êxodo da City de Londres após o Brexit.

Espanha está de olho nos gigantes da banca com sede na City londrina e espera que, após o Brexit, bancos como o Goldman Sachs, o JP Morgan ou o Morgan Stanley possam querer mudar-se para Madrid. Para isso, o ministro da Economia Luis de Guindos tem reunido com alguns dos principais responsáveis bancários para a Europa, e estará a oferecer benefícios fiscais.

Segundo escreve o El Confidencial, as reuniões do ministro do Executivo de Mariano Rajoy têm tido lugar ao longo das últimas duas semanas e incluem os responsáveis do JP Morgan, do Morgan Stanley, do Bank of America Merrill Lynch e do Goldman Sachs, assim como do Citi, que será o mais interessado nesta altura em transladar a sua atividade londrina.

O jornal espanhol cita fontes próximas das conversações, que terão avançado que o Ministério da Economia se prepara para enviar aos executivos bancários um rascunho das medidas que propõe.

Além de benefícios fiscais, que o Governo quer que sejam competitivos com os que podem vir a ser oferecidos por outros países europeus, Madrid tem outra preocupação: há que procurar vantagens tributárias para os próprios executivos dos gigantes da banca, já que em Londres os impostos sobre o rendimento singular são muito inferiores.

É uma tendência geral em vários países europeus que tentam seduzir os potenciais exilados da City após o Brexit. “O problema é como se pode justificar isto num contexto de subida geral de impostos e corte de gastos sociais nestes países”, disse uma fonte de uma instituição financeira contactada por vários países. A justificação pode estar naquilo que Espanha tem a ganhar: poderia receber em Madrid milhares de empregados dos bancos de investimento, e tanto as instituições como os funcionários passariam a descontar em Espanha.

Não são os únicos a querer esses benefícios, porém, e a luta vai ser aguerrida. “É praticamente um leilão para ver quem consegue oferecer mais vantagens fiscais dentro do quadro regulatório europeu”, disse uma fonte de um outro banco internacional.

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