Maya discorda “profundamente” da multa da AdC. “BCP não recebeu, nem espera vir a receber queixas de clientes”
CEO do BCP contesta "proporcionalidade e justiça" da multa de 60 milhões de euros aplicada pela AdC. Miguel Maya diz que banco não recebeu e nem espera reclamações de clientes.
Miguel Maya contesta a “proporcionalidade e justiça” da coima de 60 milhões de euros aplicada pela Autoridade da Concorrência ao BCP. Comentando pela primeira vez o chamado “cartel da banca”, o CEO do banco adianta que não recebeu qualquer reclamação do caso que envolveu outras 13 instituições. E nem espera vir a receber, uma vez que o BCP sempre se preocupou em ter uma atuação correta com os clientes.
A Autoridade da Concorrência anunciou há uma semana coimas no valor de 225 milhões de euros a aplicar a 14 bancos devido a práticas restritivas da concorrência no mercado de crédito que prejudicaram os consumidores, entre 2002 e 2013. O BCP foi alvo da segunda maior coima, apenas atrás da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Miguel Maya contesta.
“Discordamos profundamente da multa e por isso é que vamos recorrer”, afirmou Miguel Maya em declarações ao ECO, à margem dos IRGAwards, uma iniciativa da Deloitte. “Não vou dizer se a prática é correta ou incorreta, não é esse o tema. O tema é a proporcionalidade e a justiça da própria multa“, sublinhou o presidente executivo do banco.
Miguel Maya explicou que a subida das taxas de juro se deu quando Portugal entrou em crise e que foi “a deterioração das condições de mercado” a razão desse movimento de agravamento dos juros dos créditos. “Não tem nada a ver com essa eventual prática menos correta”, garantiu.
Adiantou ainda que o banco não recebeu até agora qualquer reclamação de algum cliente que se tenha sentido lesado deste caso. “Não temos reclamações de clientes. Não antecipo que venhamos a ter”, disse Miguel Maya, frisando que o BCP tem “uma preocupação muito grande com ter uma política de atuação correta com os clientes”. E isso “não é de agora”.
Qual o impacto que vai ter nas contas? “É um tema que nós estamos a analisar com os auditores. Naturalmente que temos de discutir isto com os auditores e dessas conversas tomaremos a decisão que considerarmos adequada para que as contas do banco reflitam os riscos do banco”, afirmou Miguel Maya.
O BCP chegou a meio do ano com lucros de 170 milhões de euros, com a atividade nacional a puxar pelos resultados. A coima do regulador da concorrência representa cerca de 35% do resultado que o banco teve no semestre.
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