Montepio vende 100 milhões de euros em imóveis à dona da Whitestar
Em dois dias, o Banco Montepio vendeu duas carteiras de ativos problemáticos com o valor agregado de 426 milhões de euros a empresas do grupo da Whitestar.
Um dia antes de ter vendido uma carteira de malparado de 321 milhões de euros, o Banco Montepio chegou a acordo para a alienação de um portefólio de imóveis no valor de 100 milhões de euros. Ambos os negócios foram feitos com duas empresas criadas na hora, pertencentes ao mesmo grupo da Whitestar.
Como tem acontecido em todo setor, também o Banco Montepio continua os esforços no sentido de limpar o seu balanço de ativos não produtivos como os non performing loans (NPL) ou ativos imobiliários para fazer face às exigências das autoridades. Essa limpeza tem passado sobretudo pela venda dos ativos a empresas especializadas na recuperação de créditos em incumprimento e na gestão de imóveis.
A 26 de julho, o banco liderado por Dulce Mota anunciou ao mercado a alienação de uma carteira de 13 mil contratos de crédito malparado com o valor bruto de 321 milhões de euros a uma empresa chamada Panorama Jubilante, do grupo Arrow, que em Portugal é dona da Whitestar. A venda do portefólio “Atlas II” tinha sido concluída uns dias antes, a 12 de julho, após um processo competitivo que, conforme avançou o ECO, gerou um prejuízo de seis milhões para o Banco Montepio.
No dia anterior, a 11 de julho, o banco alienou à empresa Façanha Cristalina ativos imobiliários no valor global bruto de 105 milhões, revela o relatório e contas da instituição publicado esta semana. Ao contrário do “Atlas II”, esta carteira designada de “Brick” ainda não está fechada, dado que se encontra “em curso o processo associado de marcação das escrituras”.
Tal como a Panorama Jubilante, a Façanha Cristalina é uma sociedade de direito português criada através do serviço “Empresa na Hora”. Também é detida pelo grupo Arrow Global, tendo como administrador único João Bugalho, que é o CEO da Whitestar.
O Banco Montepio anunciou lucros de 3,6 milhões de euros na primeira metade do ano. Uma vez que as duas vendas ocorreram após o fecho do semestre, o eventual impacto das operações não foram incluídas nas contas semestrais. O banco chegou a 30 de junho com um rácio de non performing exposures (NPE, exposições não produtivas) de 14,7%, 0,3 pontos percentuais acima do rácio observado no final do ano passado.
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