Exclusivo Banco de Portugal e grupo Montepio voltam a reunir para escolher novo CEO

Pedro Alves foi “chumbado” como presidente do Banco Montepio, agora, Tomás Correia e Carlos Tavares vão reunir com o Banco de Portugal para decidir a escolha de um novo nome.

Afinal, ainda não é desta que o Banco Montepio tem um presidente executivo. Pedro Alves era um nome consensual entre Tomás Correia e Carlos Tavares para assumir a função de Chief Executive Officer (CEO) daquele banco, mas não passou no crivo de idoneidade do supervisor e, antes de ser formalmente chumbado, o seu nome foi retirado. E agora, sabe o ECO, haverá uma nova reunião no Banco de Portugal, já na próxima segunda-feira, para alcançar uma solução alternativa.

O presidente da Associação Mutualista, Tomás Correia, e o presidente do Banco Montepio, Carlos Tavares, têm uma reunião agendada para a próxima segunda-feira no Banco de Portugal, para apresentarem uma segunda via (ou terceira, quarta ou quinta, na verdade) para a presidência executiva do Banco Montepio. E já estará decidido, por exigência do próprio Banco de Portugal, que será um gestor externo ao banco, sem envolvimento em operações passadas do banco e sem relação com Tomás Correia.

Oficialmente, ninguém faz comentários, e percebe-se porquê: Desde fevereiro deste ano que o Banco Montepio não tem um presidente executivo formalmente eleito para o cargo e, pelo menos desde abril deste ano, Carlos Tavares fez saber ao acionista e ao Banco de Portugal que a “solução Dulce Mota”… não era uma solução. A gestora que veio do grupo BCP exerce a função de presidente executiva em exercício, mas estará fora de hipótese para “suceder” a Pedro Alves.

O processo, de qualquer forma, não será rápido. Em média, os processos de ‘fit and proper’ demoram cerca de três meses e, neste caso, dada a sensibilidade do tema, o departamento de supervisão prudencial é particularmente exigente na avaliação de idoneidade dos candidatos. Como sucedeu com Pedro Alves, dado como um facto por Tomás Correia e Carlos Tavares.

Os últimos dias tiveram, aliás, um momento no mínimo caricato: O Observador noticiou que o nome de Pedro Alves tinha sido chumbado, informação confirmada pelo ECO, mas a associação mutualista e o Banco Montepio desmentiram a informação. De forma mais ou menos hábil, desmentiram uma noticia na forma que sabiam ser verdadeira na sua substância. O Banco de Portugal, como se sabe, nunca “chumba” ninguém. A estratégia é avisar os proponentes de que o melhor é não apresentar um determinado nome, sob pena de vir a ser chumbado. E foi isso que veio a suceder, apesar das explicações mais ou menos oficiais de Pedro Alves, segundo as quais retirou a sua candidatura porque ainda não estava concluído o processo relativo a toda a equipa.

Será desta? O calendário de saída de Tomás Correia da liderança da Associação Mutualista Montepio Geral pode baralhar uma escolha. Tomás Correia sai no dia 15 de dezembro, portanto, terá de ser uma proposta já articulada com o novo presidente “indigitado”, Vergílio Lima. E, entretanto, há uma presidente em exercício no Banco Montepio, Dulce Mota, em rota de colisão com Carlos Tavares.

Mais, no quadro das mudanças de administração no banco, seria necessário nomear um novo nome não-executivo, que Carlos Tavares defendia ser o de João Ermida. O economista já tinha tido até uma autorização para registo, mas havia um prazo para a formalização da candidatura… que foi ultrapassado porque Tomás Correia não queria aquele nome. O mesmo que chegou a ser proposto para chairman, e chumbado pelo Banco de Portugal.

O Banco de Portugal, finalmente, só aprovará uma solução global para o conselho de administração do banco, o que poderá obrigar a esticar ainda mais os prazos de aprovação do processo. Logo, dificilmente o Banco Montepio terá um novo presidente executivo em efetividade de funções ainda em 2019.

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