Novo Banco com “luz verde” para vender carteira de malparado, mas com menos créditos mediáticos
Fundo de Resolução autorizou venda dos créditos mediáticos do Nata II. Valor do portefólio de empréstimos tóxicos foi reduzido de 1.713 milhões para 1.300 milhões com saída de alguns contratos.
O Novo Banco recebeu autorização do Fundo de Resolução para vender a carteira de créditos mediáticos e que estão ao incumprimento. Mas o valor do conjunto dos empréstimos problemáticos do chamado Nata II não foi de 1.700 milhões de euros, como anunciado inicialmente, mas de 1.365 milhões de euros, diz agora o banco.
Isto acontece porque foram retirados mais contratos deste portefólio, que inclui grandes financiamentos mediáticos em situação de incumprimento como de Joaquim Oliveira ou de Moniz da Maia e que foi vendido à Davidson Kempner. “O Novo Banco confirma que recebeu autorização do Fundo de Resolução para a concretização da operação de venda de uma carteira de créditos denominada Nata II, utilizando, no entanto, a prerrogativa negociada pelo banco para excluir alguns créditos da carteira inicial“, diz a instituição liderada por António Ramalho, em comunicado.
“Os casos retirados continuarão a ser seguidos pelas equipas de recuperação do Novo Banco, com implementação de estratégias alternativas de recuperação, por via negocial ou judicial, que maximizem o valor recuperado dos ativos”, acrescenta.
O banco adianta ainda que, apesar de o valor bruto contabilístico da carteira ter sido de 1.365 milhões, inferior ao anunciado em setembro, o Nata II continua a ser “uma das cinco maiores operações semelhantes concretizadas com sucesso na península ibérica” em 2019.
O impacto da venda da carteira já foi registado nas contas de setembro. Nos primeiros nove meses do ano, o Novo Banco viu os prejuízos agravarem-se para 570 milhões de euros, penalizado também por estas operações de alienação de ativos problemáticos (como o Sertorius, Albatroz ou o Nata II) ou considerados não estratégicos (como a seguradora GNB Vida), cujo impacto negativo ascendeu a -391 milhões de euros.
O Novo Banco não deixa de salientar, ainda assim, que a “concretização da operação Nata II permite que, pela primeira vez na sua história, o rácio de NPL do Novo Banco possa descer para menos de 15%”.
Antes de ter chegado a um acordo para a venda do Nata II à Davidson Kempner, o Novo Banco já tinha retirado dez grupos devedores da carteira de créditos por terem sido encontrados soluções de venda ou reestruturações individuais mais vantajosas.
O Novo Banco, detido a 75% pelo Lone Star e 25% pelo Fundo de Resolução, tem vindo a acelerar a venda de carteiras de malparado e outros ativos problemáticos e não estratégicos no âmbito do plano de reestruturação que terminará em 2021.
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