Novo Banco, Montepio? Bancos afastam aquisições, mas “estão atentos”

Estão os bancos prontos para uma nova vaga de fusões e aquisições no setor português? Líderes das principais instituições afastaram compras, mas dizem que estão atentos às oportunidades.

Money Conference/EY - 22NOV19
Miguel Maya, Pablo Forero, Paulo Macedo e Pedro Castro e Almeida.Hugo Amaral/ECO

A pergunta veio já no final da conferência: estão os bancos prontos para uma eventual nova vaga de fusões e aquisições em 2020, com o Banco Montepio e o Novo Banco entre os nomes mais falados no mercado? Os bancos afastam compras de outros bancos, mas dizem que estão “atentos” às oportunidades.

“Até 2020, no plano estratégico, estamos vedados de fazer qualquer tipo aquisição. Portanto, até 2020 não faremos qualquer tipo de aquisição”, declarou Paulo Macedo, presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), depois de questionado se o banco público estaria preparado para acolher “no colo” alguma instituição. Paulo Macedo falava na Money Conference, organizada pelo Dinheiro Vivo e TSF, em Lisboa,

Deixou a pergunta para daqui a dois anos. “Em 2021, qualquer gestor tem de estar atento às oportunidades. Claramente, de 2021 a 2024 isso acontecerá“, frisou.

Antes de Paulo Macedo, já Pablo Forero, presidente do BPI, tinha respondido que o banco dos espanhóis CaixaBank estava “obrigado” a olhar para as oportunidades do mercado. “A obrigação de qualquer um de nós é olhar para todas as oportunidades de fazer um bom negócio para os nossos acionistas. É a nossa obrigação olhar para qualquer oportunidade. Agora, no BPI estamos todos focados no desenvolvimento orgânico do banco e em ter um melhor serviço para os nossos clientes”, referiu o líder do BPI.

Miguel Maya, presidente do BCP, lembrou o que disse quando iniciou o seu mandato. “Disse no início do mandato que fazia uma aquisição. Está feita: foi na Polónia”.

“A partir daqui, a estratégia do banco é de crescimento orgânico. Por ter dito isto, se significa que não olho para as oportunidades: qualquer gestor tem de estar atento a qualquer oportunidade. Mas não tenho nenhuma intenção de fazer qualquer outra aquisição até final do meu mandato. Qualquer gestor tem de estar atento às oportunidades”, disse o presidente do maior banco privado em Portugal.

Também Pedro Castro e Almeida descartou uma nova aquisição, isto depois de o Santander Totta ter comprado o Banif e o Popular nos últimos anos, duas operações que lhe permitiram ganhar relevo no mercado português. Chegados aqui, há duas questões, segundo Castro e Almeida: “Uma tem a ver com o acionista Santander e outra com a situação em Portugal”.

“Não me parece que faça muito sentido, até porque já temos uma quota muito importante no país, alocar a Portugal capital para fazer uma nova aquisição“, disse o presidente do Santander Totta. “Acho que o grupo não vai querer alocar” mais dinheiro em Portugal para uma nova compra, frisou.

Quando a moderadora do debate se preparava para as palavras finais, António Ramalho interrompeu para perguntar por que razão não lhe questionaram se o Novo Banco poderia fazer alguma aquisição no próximo ano, desencadeando risos na plateia. Mesmo sem a questão, Ramalho respondeu: “Estamos impedidos de fazer aquisições até 2021”.

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