Mais comissões? Bancos afastam novos aumentos no próximo ano
Caixa, BCP, Santander Totta, BPI e Novo Banco: os principais bancos portugueses afastam aumentos das comissões no próximo ano. Banqueiros criticam polémica em torno do tema.

Os principais bancos portugueses afastam aumentos das comissões no próximo ano. Os banqueiros criticaram a polémica que tem sido criada em torno do tema, argumentando que os serviços bancários devem ser pagos como qualquer outro serviço.
Paulo Macedo, da Caixa Geral de Depósitos (CGD), reafirmou o que tinha dito na apresentação dos resultados, dizendo que não está nos planos aumentar as comissões para lá das que já foram anunciadas, e instou os outros bancos a serem tão transparentes como o banco público nesta matéria.
A mesma pergunta sobre política de comissões em 2020 foi colocada aos presidentes dos outros bancos presentes na Money Conference, organizada pelo Dinheiro Vivo e TSF.
Do lado do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida revelou que o banco “não prevê grandes alterações” em termos de comissões. “Mais do que aumentar comissões é como podemos ter os clientes fidelizados e fazer com que os clientes saibam que serviços usufruem pelas comissões que pagam”, disse o presidente do Santander Totta, lembrando que há serviços dos bancos que os clientes usufruem e pelos quais não paga nada.
“Se o cliente vai ao multibanco não paga comissão. Se consulta saldos, não paga comissão. Se vai à app, que tem o seu custo, também não paga”, recordou.
Para Castro e Almeida, “a comissão está associada a um serviço” e “tem de haver a perceção do serviço” para que o cliente valorize o serviço que tem e esteja disposto a pagar a comissão. “Isto acontece em qualquer setor”, disse o líder do Santander Totta.
A seu lado, o presidente do BPI também disse que o banco não irá aumentar comissões. “Também não temos planeada nenhuma mudança”, disse.
Miguel Maya colocou o tema na melhoria do serviço: se o BCP conseguir melhorar o serviço que presta aos clientes, há espaço para melhorar o preço. “Se pagar mais posso comer melhor”, disse ainda assim. Em resposta a Macedo, Miguel Maya sublinhou que não há falta de transparência neste tema, lembrando que o Banco de Portugal tem um comparador de comissões.
O líder do Novo Banco, António Ramalho, afirmou que o tema das comissões tem “um interesse muito reduzido”. Adiantou, porém, que o não fez nenhuma alteração de preçário, mas que “seguramente” o Novo Banco estará atento ao mercado. “Se melhorarmos o serviço, temos muito gosto em prestá-lo aos clientes. É isto que os clientes querem de nós”, disse.
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