AIE continua a prever excesso de oferta de petróleo no início de 2020
A Agência Internacional de Energia manteve inalterados as estimativas para a procura mundial de petróleo e estima que o excesso será de 700.000 barris por dia no primeiro trimestre de 2020.
A Agência Internacional de Energia (AIE) considera que os novos cortes de produção decididos pela OPEP+ (OPEP e aliados) não serão suficientes para reabsorver totalmente o excesso de petróleo do mercado que prevê para o início de 2020.
No relatório mensal sobre petróleo publicado esta quinta-feira, a AIE mantém inalteradas as estimativas para a procura mundial de petróleo deste ano e do próximo e calcula que o excesso será de 700.000 barris por dia no primeiro trimestre de 2020.
Os cálculos têm em conta não só o corte voluntário de cerca de 500.000 barris diários anunciado na semana passada pela OPEP+ (Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados como a Rússia e o México), como uma revisão em baixa do crescimento do petróleo que será posto no mercado pelos restantes países, que será de 2,1 milhões de barris diários em lugar dos 2,3 milhões de estimados anteriormente, devido a extrações menores do que o inicialmente previsto do Brasil, Gana e Estados Unidos.
Os autores do relatório sublinham que no terceiro trimestre de 2019 a procura mundial aumentou em cerca de 900.000 barris diários, a maior subida homóloga no espaço de um ano.
Deste acréscimo, 665.000 barris diários adicionais são da China, devido ao aumento do consumo de combustíveis para veículos, e 135.000 barris diários da Índia.
Pelo contrário, os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) reduziram o consumo de 190.000 barris diários, o quarto trimestre consecutivo de descida.
No conjunto deste ano espera-se que os membros da OCDE absorvam menos 75.000 barris por dia do que em 2018, que a confirmar-se seria a primeira descida anual desde 2014.
Assim, toda a progressão prevista no mundo para este ano (mais um milhão de barris por dia para em média 100,2 milhões) será proveniente do mundo em desenvolvimento e sobretudo da China.
Pelo lado da oferta, a agência (que reúne os principais países consumidores do mundo desenvolvido) sublinha uma evolução histórica este ano, tendo em conta que em setembro os Estados Unidos se tornaram “momentaneamente” em exportador líquido de petróleo, com um saldo líquido de 89.000 barris diários.
Este dado terá sido o primeiro passo do desenvolvimento esperado dos Estados Unidos se converterem em finais de 2020 ou inícios de 2021 em exportador líquido de forma sustentável, ainda que isso não signifique que deixarão de importar petróleo, adverte a AIE.
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