Isabel dos Santos contrata advogados de Ronaldo no caso contra jornalistas

A empresária angolana vai ser representada pela Schillings Partners na ação judicial movida contra o consórcio de jornalistas. A sociedade representa figuras como Cristiano Ronaldo e Meghan Markle.

A empresária angolana, Isabel dos Santos, vai ser representada pelo escritório de advogados norte-americano Schillings Partners, que representa personalidades como Cristiano Ronaldo, Harry e Meghan Markle, J. K. Rowling ou até Lance Armstrong, nos processos judiciais que instaurou contra o consórcio de jornalistas, segundo avançou a revista Visão [acesso gratuito].

A filha do ex-presidente de Angola revelou esta segunda-feira que vai avançar com ações em tribunal contra o consórcio de jornalistas que divulgou a investigação “Luanda Leaks”, reafirmando a origem lícita dos investimentos que fez em Portugal.

Refuto as alegações infundadas e falsas afirmações e informo que deram início as diligências para as ações legais contra a ICIJ [Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação] e parceiros da ICIJ, as quais serão conduzidas pela empresa internacional de advogados Schillings Partners”, revelou, em comunicado enviado à agência Lusa, Isabel dos Santos.

A empresária angolana garante que os cerca de 715 mil documentos que deram origem ao “Luanda Leaks” foram “obtidos criminosamente através de hacking”.

Cristiano Ronaldo contratou a sociedade norte-americana para o representar no processo contra a alegada violação à modelo Kathryn Mayorga. O caso acabou por ser arquivado pela justiça norte-americana, que concluiu que as alegações de crime sexual não podiam ser comprovadas.

Por outro lado, a Schillings Partners representou ainda Meghan Markle, numa ação movida contra os papparazzi que procederam à venda de fotos suas e do filho do casal Archie, de uma passeio que efetuaram no Canadá. O casal Harry e Meghan — até há bem pouco tempo membros da família real britânica — acusaram os fotógrafos de “perseguição”, após as imagens terem sido divulgadas pela imprensa.

O caso “Luanda Leaks” revelaram um conjunto de 715 mil documentos contendo informações sobre Isabel dos Santos, nomeadamente sobre transferências feitas pela empresária angolana para contas offshore no Dubai.

Na base da investigação feita pelo consórcio internacional de jornalistas, do qual fazem parte a SIC e o Expresso, estiveram documentos que, sabe-se agora, foram entregues pelo hacker português Rui Pinto à Plataforma para a Proteção de Whistleblowers (PPLAAF) em África, com sede em Paris, França.

“O PPLAAF está satisfeito por, mais uma vez, um whistleblower [denunciante] revelar ao mundo atos que vão contra o interesse público internacional”, disse William Bourbon, advogado de Rui Pinto. O advogado do hacker português sublinha que “tal como no caso do Football Leaks, estas revelações devem permitir o lançamento de novas investigações judiciais e assim ajudar na luta contra a impunidade dos crimes financeiros em Angola e no mundo“.

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