China Three Gorges encaixa 292,9 milhões com venda de 1,8% da EDP
Quase um ano após fim da OPA, em que tentou comprar a totalidade da elétrica, o maior acionista reduziu esta quarta-feira a posição numa venda privada junto de investidores institucionais.
A China Three Gorges vendeu esta quarta-feira parte do capital da EDP – Energias de Portugal. Quase um ano após o fim da Oferta Pública de Aquisição (OPA), na qual tentou ficar com a totalidade da elétrica, o maior acionista reduziu a participação em 1,8%. As quase 66 milhões de ações vendidas resultaram num encaixe de 292,9 milhões de euros para a empresa estatal chinesa.
“A China Three Gorges (…) comunica que concluiu com sucesso a venda, por meio de oferta particular através de um processo de accelerated bookbuild dirigido exclusivamente a investidores institucionais qualificados de 65.820.000 ações representativas de aproximadamente 1,8000635% do capital social da EDP – Energias de Portugal”, anunciou o acionista maioritário da elétrica, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“O valor total da receita da colocação atingiu aproximadamente 292.899.000 milhões, correspondente a um preço de 4,45 euros por ação“, explica. O valor representa um desconto de cerca de 2,5% face ao preço a que as ações fecharam em bolsa esta quarta-feira (4,566 euros). A colocação, na qual o BNP Paribas e o Merrill Lynch Internacional atuaram como joint bookrunners, decorreu após o fecho da sessão.
O acionista detinha 850.777.024 ações representativas de 23,27% do capital da elétrica. Como tanto os títulos detidos pela CTG como os detidos pela CNIC são todos imputáveis à República Popular da China, o total ascendia a 28,25% dos direitos de voto. Ou seja, com esta operação, o total passa para 26,5%.
“A liquidação da colocação ocorrerá em 2 de março de 2020. Após a liquidação da colocação, a CTG passará a deter 784.957.024 ações da EDP, sujeitas a um lock-up de 120 dias, sujeito a certas exceções”, explica ainda o comunicado.
Após esses quatro meses, o acionista poderá voltar a reduzir a participação até porque a blindagem dos estatutos (que foi votada na última assembleia geral de acionista e que foi o ponto que determinou a morte da OPA) determina que uma limitação de 25% dos direitos de voto dos acionistas, independentemente da participação.
Desde que a OPA chegou ao fim, os acionistas chineses já reduziram a posição na EDP. Esta foi a segunda redução de acionistas cujas participações são imputáveis à República da China, depois de em novembro a CNIC ter vendido um outro bloco de 49 milhões de ações, equivalente a 1,33% do capital.
À parte do insucesso da oferta e da questão dos direitos de voto, a China tem sido pressionada devido à participação na EDP. O secretário da Energia dos Estados Unidos, Dan Brouillette, afirmou há duas semanas que a Administração do Presidente norte-americano Donald Trump está a olhar com bastante preocupação para a presença do acionista chinês na estrutura de capital da EDP, tendo em conta o crescimento da elétrica portuguesa no mercado norte-americano, sobretudo ao nível das energias renováveis.
(Notícia atualizada às 22h55)
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