BCP afunda 5%. Há três anos que não estava abaixo dos 15 cêntimos
A praça lisboeta fechou em terreno negativo, com 16 das 18 cotadas no vermelho. Perdeu mais de 2% na sessão, em linha com as quedas na Europa.
A bolsa de Lisboa voltou às perdas, depois de três sessões consecutivas de ganhos, seguindo a tendência europeia. A praça nacional tombou cerca de 2%, com quase todas as cotadas em terreno negativo. A principal queda foi a do BCP, que afundou 5% para mínimos de três anos.
O índice de referência nacional, o PSI-20, tombou 2,2% para 4.858,80 pontos. A bolsa nacional acompanha a tendência registada nos mercados europeus, que continuam a ser penalizados pelo potencial impacto do coronavírus na economia. O Stoxx 600, que reúne as 600 maiores empresas do Velho Continente, caiu 1,6%.
Em destaque na bolsa nacional esteve o BCP que desvalorizou 5,09% para 0,1492 euros por ação. O banco liderado por Miguel Maya fechou a sessão abaixo dos 15 cêntimos pela primeira vez desde 16 de fevereiro de 2017. A perda ficou apenas atrás da desvalorização da Mota-Engil, cujos títulos tombaram 6,89% para 1.23 euros.
Esta queda abrupta no valor do banco português acontece numa altura em que os bancos europeus começam a antecipar tempos difíceis para o setor devido ao coronavírus. Esta quinta-feira, o Banco Central Europeu emitiu recomendações à banca, por forma a que estejam preparados para a propagação do Covid-19.
“Em países onde há um medo generalizado do vírus e crescimento económico anémico (como em Itália) a economia pode facilmente passar da estagnação à recessão“, alerta Sam Theodore, analista da Scope, citado pela Reuters, acrescentando que “exemplos de bancos que estão na linha de fogo são os que têm exposição material à industria do turismo, companhias aéreas, shipping e transportes terrestres”.
BCP cai para mínimos de três anos
Corte no petróleo não chega para animar
A pesar na bolsa nacional, estiveram as cotadas ligadas ao setor energético. A Galp Energia desvalorizou 2,90% para 12,38 euros. A petrolífera portuguesa penalizou o índice, isto no dia em que os membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) concordaram fazer um corte adicional da produção de petróleo de 1,5 milhões de barris por dia para precaver a quebra na procura pela matéria-prima causada pela epidemia.
As negociações para mitigar o impacto do coronavírus nos mercados continuam esta sexta-feira, estando ainda em aberto a posição da Rússia (maior produtor fora do cartel). Para já, a matéria-prima ainda não reagiu a esta decisão. O Brent, de referência europeia, desvaloriza 0,49% para 50,89 dólares. Ao mesmo tempo, o crude WTI cai 0,38% para 46,6 dólares.
Ainda na energia, a EDP desvalorizou 2,49% para 4,583 euros. Por outro lado, a subsidiária EDP Renováveis foi a única cotada a fechar em terreno positivo. A empresa liderada João Manso Neto valorizou 0,30% para 13,16 euros.
(Noticia atualizada às 17h00)
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