ISEG vê economia afundar até 8% este ano por causa da pandemia
Economia já travou no primeiro trimestre, segundo os economistas do ISEG. Portugal deverá contrair entre 4% e 8% este ano por causa da pandemia. Se medidas restritivas durarem mais, queda será maior.
A pandemia de Covid-19 deverá provocar uma contração entre 4% e 8% da economia portuguesa este ano, segundo as estimativas do ISEG, que alerta para a pouca informação disponível sobre o impacto das medidas restritivas na atividade económica.
Portugal está em estado de emergência há mais de duas semanas, e assim continuará até, pelo menos, dia 17 de abril. O Governo mandou encerrar os estabelecimentos comerciais com atendimento público e recomendou o teletrabalho. As ligações do país com o exterior também estão muito condicionadas. As medidas servem para travar o surto do vírus, mas trazem implicações sérias para a economia.
É neste contexto que o ISEG prevê uma forte contração do PIB português este ano, assumindo um intervalo entre os -4% e -8% de taxa de crescimento da economia por causa do tempo que pode vir a durar as medidas de contingência até haver um regresso gradual à normalidade.
“Em face da situação atual de condicionamento da atividade económica, na expectativa de que a fase mais restritiva não exceda os dois meses e de um posterior retomar gradual da atividade económica, o ISEG assume como valores indicativos para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 o intervalo -4% a –8%“, indica o Grupo de Análise Económica do ISEG numa nota de análise divulgada esta segunda-feira.
Se as medidas restritivas se mantiverem por mais tempo, maior será a contração da economia portuguesa este ano.
Os economistas do ISEG sublinham que o maior impacto do surto será sentido no segundo trimestre, projetando-se depois “uma progressiva recuperação do produto, trimestre a trimestre, mas não se consideram muito prováveis crescimentos homólogos positivos até ao final do ano”.
Em relação ao desempenho da economia no primeiro trimestre, “apesar da falta de informação quantitativa relativa a março”, o ISEG prevê que a variação homóloga “tenha ficado em torno de zero, o que corresponde um decréscimo de 1,5% face ao trimestre anterior”.
Sobre a retoma, dependerá da duração da fase de contenção, mas não só. A recuperação também irá depender da forma como os outros países da União Europeia e os principais parceiros económicos saírem da situação de emergência provocada pela pandemia.
O ISEG acrescenta ainda que os “desenvolvimentos nos mercados financeiros e a política europeia e da Área Euro de apoio ao financiamento dos défices voltará a ter um papel determinante e poderá condicionar mais ou menos fortemente o ritmo da retoma”.
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