Empresas exportadoras estão a resistir melhor à pandemia
Em comparação com as não exportadoras, há mais empresas com perfil exportador a manter o funcionamento, com quedas menores do volume de negócios e menor recurso ao lay-off.
As empresas com perfil exportador estão a resistir melhor ao impacto económico da pandemia em comparação com as que não têm essa vocação. Não só as exportadoras conseguiram manter-se mais em funcionamento como as diminuições do volume de negócios foram menores. Além disso, têm recorrido menos ao lay-off, de acordo com o inquérito semanal do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal (BdP), divulgado esta terça-feira, que acompanha o impacto do vírus nas empresas.
Os resultados do segundo inquérito, que abrange a semana passada (20 e 24 de abril) e inclui respostas de 5,8 mil empresas representativas do tecido empresarial, mostram que, no geral, as exportadoras apresentam indicadores mais favoráveis, em comparação as outras empresas, apesar de também estarem a sofrer significativamente. A começar logo pela percentagem de exportadoras que continua em funcionamento: 88% vs. 82% nas empresas sem perfil exportador.
Apesar de mais exportadoras referirem uma diminuição do volume de negócios (81% vs. 80%), em termos de dimensão a redução verificada nas exportadoras é inferior à das restantes empresas. De notar ainda que “o recurso ao lay off simplificado foi assinalado por 47% destas empresas (57% nas empresas sem perfil exportador)”.
A pandemia também obrigou uma menor percentagem de exportadoras a alterarem ou reforçarem os canais de distribuição ou a modificarem a sua produção. As empresas com perfil exportador estão a ser menos condicionadas pelas restrições do estado de emergência e mais pelos problemas na cadeia de fornecimento, em comparação com as outras empresas, o que deverá refletir a dependência significativa das exportadoras de importações de outros países para produzir os seus bens.
Apesar de recorrerem menos ao lay-off, há uma maior percentagem de exportadoras a reportar reduções do pessoal ao serviço (62% vs. 58%). Porém, tal como acontece no volume de negócios, a dimensão das reduções é mais baixa do que no resto das empresas.
As exportadoras têm recorrido mais ao crédito (15%), à moratória ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes (40%) e ao acesso a novos créditos com juros bonificados e garantias do Estado (47%).
Para serem consideradas exportadoras, as empresas têm de apresentar 50% do volume de negócios proveniente de exportações de bens e serviços ou pelo menos 10% do volume de negócios se o valor for superior a 150 mil euros. As empresas que não preencham estes requisitos são consideradas não exportadoras.
“É importante referir que os resultados deste inquérito referem-se exclusivamente às empresas respondentes em cada semana de inquirição, que ainda assim constituem uma massa significativa do tecido empresarial (cerca de 5,8 mil na terceira semana)”, nota o INE e o BdP, explicando que “estas empresas correspondem basicamente a uma amostra representativa subjacente ao cálculo e compilação dos índices de volume de negócios setoriais mensalmente publicados pelo INE”.
(Notícia atualizada às 11h43 com mais informação)
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