Prejuízos? “É pouco provável”, mas se for preciso mais provisões, “fazemos mais”
Pablo Forero está "otimista" em relação a esta crise. BPI partia com perpetiva de lucro de 200 milhões este ano, já não deverá alcançar por causa da pandemia. Mas também não prevê prejuízos.
Pablo Forero diz-se otimista em relação à crise provocada pelo coronavírus. Admite o impacto, mas adianta que é pouco provável que o BPI venha a registar prejuízos este ano.
“Achamos muito improvável que o banco tenha prejuízos este ano. No orçamento para 2020 prevíamos um resultado de cerca de 200 milhões de euros. É pouco provável que o banco tenha prejuízos este ano. Não é o nosso cenário central”, referiu o CEO do BPI em conferência de resultados.
“Mas vamos ver como tudo isto cristaliza”, adiantou ainda o espanhol que está de saída da liderança do BPI, referindo que ainda não é possível quantificar o impacto total da crise.
O banco acabou de apresentar uma descida de 87% dos lucros para 6,2 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, penalizado pela pandemia de Covid-19. Foi contabilizado um impacto de 44 milhões de euros com o atual contexto de crise económica por causa do vírus: cerca de 32 milhões de euros em imparidades para possíveis perdas com crédito em incumprimento e 14 milhões de euros com a desvalorização de uma carteira de obrigações devido à turbulência das bolsas.
"Achamos muito improvável que o banco tenha prejuízos este ano. No orçamento para 2020 prevíamos um resultado de cerca de 200 milhões de euros. É pouco provável que o banco tenha prejuízos este ano.”
Apesar do momento mais delicado, Pablo Forero diz que é uma pessoa otimista e explica que a atual crise não tem a ver com desequilíbrios económicos. “Geralmente este tipo de crise são breves”, disse. “Não é a primeira vez que um surto acontece. Também já estivemos em situação de guerra como em 1990, com a Guerra do Golfo. O que acontece é que não há um desequilíbrio prévio da economia”, salientou.
Forero adiantou ainda que, se for necessário colocar mais dinheiro de lado para responder a falhas no pagamento das prestações do crédito por parte de famílias e empresas, isso não será um problema para o BPI.
“Fizemos o nosso exercício de prudência em abril. Nos meses de junho e julho voltaremos a fazer novo exercício. Se precisarmos, fazemos mais. Caso contrário, não fazemos”, referiu Pablo Forero.
Se os 32 milhões de euros de imparidades “não forem suficientes, não é um problema”, disse ainda, lembrando a posição financeira sólida do banco.
“Nunca iremos pôr em risco a qualidade do banco nem a segurança das poupanças dos nossos clientes. Se precisarmos de mais imparidades, faremos”, repetiu o gestor.
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