Tombo de 11% da Jerónimo Martins pressiona bolsa de Lisboa. BCP cai 4%
A retalhista dona do Pingo Doce está sob forte pressão devido à quebra nos lucros no primeiro trimestre e ao corte do dividendo em 40%. Também o BCP, que tocou mínimos históricos, pesou no PSI-20.
A bolsa de Lisboa negociou em terreno negativo pela quarta sessão consecutivo e fechou abaixo da barreira dos 4.000 pontos pela primeira vez desde 3 de abril. Pressionado pelos “pesos pesados” Jerónimo Martins e BCP, o índice PSI-20 perdeu 2,91% para 3.958,57 pontos na sessão desta quinta-feira.
A retalhista dona do Pingo Doce afundou 10,92% para 13,99 euros por ação, depois de ter divulgado que os lucros no primeiro trimestre caíram quase para metade e de ter cortado em 40% o dividendo a distribuir pelos acionistas devido aos efeitos da pandemia.
O selloff foi ainda agravado por uma nota de research do banco de investimento Jefferies, que cortou o preço-alvo das ações para 17,50 euros (contra a anterior estimativa de 19,40 euros). Este foi o maior tombo das ações em seis anos e levou os títulos para o valor mais baixo desde março.
Jefferies aumenta pressão sobre as ações da Jerónimo Martins
A sessão não foi só negra para a Jerónimo Martins. Também o BCP está sob forte pressão. O banco liderado por Miguel Maya perdeu 3,83% para 8,54 cêntimos por ação, tendo tocado esta quinta-feira o valor mais baixo de sempre: 8,46 cêntimos.
O desempenho do banco reflete a recomendação do CaixaBank/BPI, que cortou, na quarta-feira, o preço-alvo das ações do BCP, para 11 cêntimos por ação (contra a anterior estimativa de 25 cêntimos), devido ao impacto do coronavírus. O BCP só vai apresentar resultados na próxima semana, mas a unidade polaca, o Bank Millennium, viu uma queda de 89% nos lucros do primeiro trimestre.
Europa cai menos que Lisboa
Ações cíclicas como a Altri (-5,58%), a Corticeira Amorim (-4,07%) ou a Semapa (-3,12%) também registaram fortes perdas. A EDP Renováveis e a EDP caíram 2,27% e 3,11%, respetivamente. As únicas duas cotadas que fecharam a sessão no verde foram a Ibersol (+0,52%) e a REN (+0,80%).
Neste cenário, o PSI-20 liderou as perdas entre as principais praças europeias. “Os mercados europeus terminaram em baixa, com os investidores a digerirem as palavras do Presidente da Fed”, explica o BPI, numa nota de fecho da sessão, em relação ao discurso de Jerome Powell, que apontou para uma recuperação bastante incerta.
“Por outro lado, o reavivar das tensões entre os EUA e a China prejudicaram os setores mais cíclicos e mais expostos à economia deste último país. Todos os setores encerraram em baixa, tendo as perdas sido mais expressivas nos setores retalhista e de produtos alimentares“, acrescentam sobre as perdas na Europa, onde o Stoxx 600 caiu 2,17%, o espanhol IBEX 35 recuou 1,3%, o alemão DAX cedeu 1,99% e o francês CAC 40 desvalorizou 1,65%.
(Notícia atualizada às 17h05)
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