Neste “Field”, passe a passe, treinam-se equipas
Aplicação portuguesa lançou feature dedicada às empresas e já está a realizar torneios amadores. O primeiro tem como parceiro a TAP.
O campo, perto do aeroporto, é dos melhores a nível nacional. O espaço serve de cenário à liga Field/TAP, que arrancou no ano passado e que junta, ao longo de nove meses, equipas amadoras de futebol a competir por um título anual. “Estes jogadores são amadores profissionais”, atira Pedro Balas, cofundador da Field.
A plataforma, lançada por Pedro e pelo sócio, Guilherme Fontes, é a dinamizadora do torneio. E um facilitador destas dinâmicas: o processo, que antes exigia muitas fases — entre combinar, agendar, marcar e pagar um campo onde colegas, amigos ou conhecidos pudessem, com um grau de menor ou maior regularidade jogar futebol –, é agora resolvido em poucos segundos, a partir de uma plataforma online ou de uma app instalada no telemóvel.
“Desde o primeiro dia, começámos a construir uma comunidade de jogadores, uma comunidade que seja apoiada — a do futebol amador, que representa 90% da massa desportiva em Portugal e que não tem estruturas de apoio. Para aquele amador profissional que leva as luvas e as caneleiras para o campo e que gasta 100 ou 200 euros de três em três meses em equipamento — porque realmente é um jogador ávido e quer estar ali bem presente neste desporto, mas depois não tem uma plataforma. É aqui que começa o espírito da Field”, esclarece o cofundador.
Inspirados em projetos como o da Sunday League, no Reino Unido, que organiza jogos informais todos os domingos à tarde, a Field arrancou com a “base”: o “arrendamento” de campos à hora, primeiro com uma app e depois através do desktop, que já representa 40% das reservas. A plataforma que tem como objetivo facilitar, tanto o processo de marcação do campo como do pagamento no final do jogo, abriu há pouco tempo também a possibilidade de reservas para jogos recorrentes.
“Ainda estamos no processo de otimizar o produto, de criar um ecossistema porque, por exemplo, hoje em dia conseguimos cobrir, numa combinação de um jogo de futebol, desde a escolha do campo ao pagamento. Também estamos agora a trabalhar na outra parte: reunir as pessoas para reunir as disponibilidades para se saber quem pode ou não pode e reunir a lista de campos. É este processo anterior que estamos a trabalhar e que queremos oferecer nos próximos meses”, explica.
"Toda a gente que se inscreve na Field e naquele evento, naquela partida combinada, no final do jogo, a conta é a dividir por todos, ou seja, faturas para toda a gente.”
Desde o arranque, a Field conta com cerca de 150 campos em Portugal, muito concentrados na região de Lisboa e, dos quais, cerca de 99% são campos de futebol.
O modelo de negócio é muito semelhante ao de empresas como a Airbnb, por exemplo: os campos ditam o preço base e a Field recebe uma comissão acrescentada a esse valor. Uma das features disponíveis no produto é a divisão de contas. “Toda a gente que se inscreve na Field e naquele evento, naquela partida combinada, no final do jogo, a conta é a dividir por todos, ou seja, faturas para toda a gente”, explica Pedro Balas, cofundador da startup. Outra alternativa para usar a plataforma, e que dispensa o registo de todos os jogadores, é que apenas o organizador do evento esteja inscrito. “Nesse caso, paga ele. E neste momento, existe ainda muito isso, como se se tratasse de um legado. Às vezes, o organizador nem está presente no jogo, trata apenas da reserva e centraliza os pagamentos”, explica o engenheiro.
O projeto, que já conta com 10 mil utilizadores — seis mil dos quais ativos –, tem atualmente três campos de futebol em regime de exclusividade. Neste caso, a Field fornece uma ferramenta de backoffice que permite aos donos dos campos rentabilizar o espaço, definindo o preço por hora. Semanalmente, esses gestores recebem o calendário de ocupação e um relatório com as reservas, tenham estas sido feitas via app, por telefone ou através da plataforma. “Não vendemos a tecnologia; o único proveito que vem para a Field são as marcações. A vantagem para o utilizador é ter incorporado o apoio ao cliente”, refere.
A Field está entretanto a olhar para 2020 como um ano de “grande inovação tecnológica” para a plataforma. “Estamos a mudar a maneira de marcar os campos e vamos passar para um modelo mais de grupo e abrir uma nova funcionalidade: os jogos comunitários, que vão permitir a alguém inscrever-se num evento já criado, aparecer e jogar até com e contra pessoas que não conhece. Muito inspirado na nesta cultura que existe no Japão”, detalha Pedro.
Dados, a correr
Uma das novidades a serem preparadas pela Field para os seus mais de 10 mil utilizadores é um dispositivo que monitoriza os movimentos e a performance dos jogadores dentro do campo. “Esta nova tecnologia permite retirar as métricas de posição e de esforço, de cansaço e distância percorrida, velocidades médias, acelerações e impactos dentro dos campos”, esclarece Pedro Balas. Desta forma, os jogadores amadores conseguem ter acesso a uma tecnologia a que, apenas os profissionais, hoje em dia, conseguem aceder, e de uma forma “muito barata”, promete o cofundador da Field.
“Queremos oferecer mais esta vantagem ao utilizador, que fica com o rank de progresso entre jogos. Queremos criar um modelo de subscrição em que as pessoas usam os campos da Field e têm acesso a essa tecnologia e informação”, detalha.
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