“Centeno é um ativo extraordinariamente bom seja onde for”

  • ECO
  • 5 Junho 2020

Elisa Ferreira não quer comentar a eventual ida de Mário Centeno para o Banco de Portugal, mas deixa um grande elogio as suas capacidades.

A comissária europeia da Coesão e Reformas sublinhou a “competência extrema” de Mário Centeno em entrevista à Rádio Observador divulgada esta sexta-feira, mas recusou-se a comentar a eventual ida do atual ministro das Finanças para o cargo de governador do Banco de Portugal, instituição onde Elisa Ferreira esteve antes da ida para a Comissão Europeia.

Questionado sobre se Centeno será um bom governador do banco central, caso a nomeação se venha a concretizar, Elisa Ferreira disse que “só” tem a “sublinhar a competência extrema, a experiência e a capacidade de Mário Centeno” com quem teve “sempre as melhores relações” quando foi vice-governadora do Banco de Portugal (de setembro de 2017 a novembro de 2019).

“Enfim, pelos indicadores que todos reconhecem, não só fez como está a fazer um trabalho excecional, portanto, acho que Mário Centeno é um ativo extraordinariamente bom seja onde for que ele decida continuar a sua carreira“, acrescentou, vincando que a opinião é dada a título pessoal e não como comissária. “O meu testemunho é de reconhecimento de uma enorme capacidade de trabalho e uma enorme competência”, justificou.

Já sobre a eventual incompatibilidade da passagem direta do Ministério das Finanças para o Banco de Portugal, Elisa Ferreira recusa dar a sua opinião, referindo apenas casos do passado. “Questões de incompatibilidades ou incompatibilidades têm uma base legal forte… Que há casos deste género — e muitos — há. Até no Banco Central [Europeu] temos Luís de Guindos, que, ao que creio, veio diretamente [do governo espanhol]. Há muitos casos, mas sobre isso eu não me posso pronunciar”, disse.

O também presidente do Eurogrupo foi criticado recentemente na imprensa alemã que dava como certa a sua saída do grupo informal dos ministros das Finanças da Zona Euro — uma decisão que deverá ser conhecida no próximo dia 11. A notícia do Frankfurter Allgemeine Zeitung referia, sem identificar as fontes, que vários membros do Eurogrupo estarão descontentes com a gestão de Mário Centeno por este estar “mal preparado” para as reuniões e por ser “incapaz de liderar as discussões”.

Em Portugal, a polémica anda à volta da ida direta para governador do Banco de Portugal, cuja nomeação será feita pelo Governo de que fez parte. Tanto António Costa — disse apenas que “os Governos têm as suas dinâmicas e as pessoas têm a sua vida” — como Mário Centeno não têm desfeito o tabu nas entrevistas que dão, deixando em aberto a decisão sobre o futuro do ministro das Finanças. O primeiro-ministro garantiu aos partidos que seriam ouvidos no processo de escolha, apesar de não conseguirem bloquear a nomeação. O PSD, o CDS, a Iniciativa Liberal e o PAN já se mostraram contra esta nomeação.

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