Corrida às máscaras. Portugueses já compraram mais de 40 milhões nas farmácias

Desde que a Covid-19 chegou a Portugal, foram vendidas 43.199.643 máscaras nas farmácias. Abril foi o mês da maior corrida a este equipamento de proteção.

Se inicialmente não eram necessárias, passaram rapidamente a ser obrigatórias. E foi dado, assim, o tiro de partida para a corrida às máscaras, com os portugueses a procurarem proteger-se do contágio pelo novo coronavírus. Desde que a pandemia chegou ao país, já foram vendidas mais de 43 milhões de máscaras nas farmácias portuguesas, com as famílias a desembolsarem um montante superior a três milhões de euros.

Os dados mais recentes cedidos ao ECO pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR) da Associação Nacional de Farmácias (ANF), revelam que nos últimos três meses — de março a maio — foram vendidas 43.199.643 máscaras — incluindo máscaras cirúrgicas, FPP2 e FPP3 –, nas farmácias portuguesas, totalizando 3.020.197 euros. Só em abril, foram comercializadas 19.222.787 unidades, num total de mais de um milhão de euros.

Este foi mesmo o mês onde foram vendidas mais máscaras nas farmácias, já que só no mês seguinte é que a maioria dos estabelecimentos, incluindo supermercados, se dedicou a comercializar estes equipamentos de proteção individual. Trata-se de um crescimento de 3.140,9% face ao mesmo período do ano passado.

Assim, contas feitas, em março foram vendidas mais do triplo das máscaras vendidas no mês anterior (5.392.697), bem como em maio, período em que foram comercializadas 18.584.159 unidades, o que representa um crescimento de 3.114,7% face ao período homólogo.

Recorde-se que foi em maio que o Governo tornou obrigatória a utilização de máscara nos transportes públicos — sendo que neste caso os infratores estão sujeitos a coimas que podem chegar aos 350 euros –, comércio, escolas, bem como “locais fechados em que haja um elevado número de pessoas”.

Há queixas, mas poucas por causa do preço

Apesar de se terem tornado um produto de “primeira necessidade”, a venda de máscaras tem suscitado algumas reclamações. Só no Portal da Queixa, foram feitas mais de mil reclamações, no espaço de 100 dias (de 18 de março e 26 de junho de 2020). E apesar do custo elevado de algumas destas máscaras, não foi este o principal motivo de queixa.

Atrasos nas encomendas (68%), preço excessivo (12%), burla (11%) e não conformidade com o Citeve — a entidade responsável pela certificação destes equipamentos de proteção individual — (5%) são os principais motivos apresentados pelos consumidores.

“Se as burlas e esquemas de fraude pela Internet, já vinham a aumentar nos últimos anos com a digitalização à força, por consequência do confinamento obrigatório as compras através do comércio eletrónico colocaram os consumidores mais vulneráveis, num nível ainda mais elevado de risco de serem enganados”, assinala Pedro Lourenço, presidente executivo do Portal da Queixa, citado em comunicado.

Quanto às marcas que suscitaram mais reclamações relativas à venda de máscaras, a entidade destaca a MO Online – Modalfa (348), seguida pela 365 Inbox (158), o Pano Fino (43), a N95 Portugal (38) e a Zippy (15).

Mais de meio milhão de geles desinfetantes vendidos

Se houve uma corrida às máscaras nas farmácias portuguesas, os geles desinfetantes também foram alvo de forte procura. Desde março foram vendidas 545.300 unidades, segundo os dados da associação que representa mais de 95% das farmácias portuguesas. No total, estes produtos geraram receitas de 3.549.105 euros.

Também abril foi o mês mais procurado pelos portugueses para adquirirem gel desinfetante com 235.530 embalagens vendidas, num montante que alcançou os 1.567.597 euros. Trata-se de um crescimento de 4.275% face ao mesmo período do ano passado. Segue-se o mês de março, com 173.355 unidades comercializadas, ao passo que em maio foram vendidas 134.415 embalagens.

Quanto ao preço por embalagem, tem vindo a cair desde o início da pandemia. Cada unidade custava, em média, 7,41 euros em março, 6,66 euros em abril e 5,19 euros em maio. Recorde-se que face à chegada do surto a Portugal, o frenesim pela procura de máscaras, geles desinfetantes e álcool levou a que os stocks começassem a ficar escassos e os preços a dispararem. Nesse sentido, o Executivo decidiu limitar a margem de lucro destes produtos em 15%, por forma a evitar preços inflacionados. Posteriormente, o presidente do PSD, Rui Rio, decidiu propor a redução do IVA nas máscaras de proteção e gel desinfetante para a taxa mínima, de 6%, que foi aceite pelo Governo.

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