Quanto custa fazer uma máscara reutilizável? E vendê-la?

As máscaras de proteção tornaram-se um ícone do quotidiano. Há de todos os tipos e feitios, para todos os gostos e carteiras. Mas quanto custa fazer uma? E qual a margem de lucro?

As máscaras passaram a ser um ícone do dia-a-dia com o surgimento do novo coronavírus. Existem milhares de ofertas para todos os gostos e para todas as carteiras. Mas a matéria-prima, a quantidade de filtros, se tem ou não respirador, o nível de retenção de partículas, design, entre muitas outras particularidades, fazem o preço oscilar. Afinal, quanto custa, em média, produzir uma máscara? E vendê-la?

Uma máscara standard reutilizável e certificada pelo Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (Citeve) pode custar entre 2 euros a 3,50 euros. Todavia, o preço é muito variável, tendo em conta que existem vários tipos técnicos de máscaras, e ainda mais de outras categorias informais. É o caso da máscara portuguesa que inativa o novo coronavírus, que custa dez euros nas lojas, às máscaras de luxo, máscaras de clubes de futebol, entre muitas outras.

“O preço depende: se leva um ou dois tecidos, se tem filtros e quantos tem, qual a percentagem de retenção de partículas. O valor de produção depende de tudo isso, mas produzir uma máscara com qualidade, que pode ser lavada 30 vezes, pode custar entre 2,75 euros e 3,50 euros, mas já estamos a falar de uma máscara de grande qualidade”, explica ao ECO César Araújo, fundador da Calvelex. Ao público, essa máscara é vendida por, aproximadamente, por 6,50 euros, com IVA incluído.

Na têxtil Riopele, produzir uma máscara reutilizável com capacidade para 25 lavagens custa cerca de dois euros. A empresa liderada por José Alexandre vende posteriormente as máscaras por 2,40 euros, isto é, uma margem de lucro de 40 cêntimos.

O presidente da empresa explica que é uma “margem pouco significativa” e que a decisão de fazer as máscaras foi mais para “ajudar a colmatar a escassez deste produto”. “Numa altura que havia falta de máscaras, a nossa missão foi chegar ao mercado o mais rápido possível”, conta ao ECO José Alexandre.

Quando o surto chegou a Portugal, o frenesim pela procura de máscaras levou a uma rutura total dos stocks e os preços dispararam a par da procura. Perante a necessidade e a afluência, muitas empresas começaram a ver no negócio uma oportunidade e as máscaras chegaram mesmo a ser um balão de oxigénio para muitas empresas do têxtil e vestuário.

O Citeve chegou a ter mais fila para certificar as máscaras que o centro de diagnóstico à Covid-19. Todavia, atualmente, a realidade é já um pouco diferente e, para muitas empresas, o mercado já está saturado e existem muitas dificuldades no que toca às certificações.

“As máscaras já não são uma oportunidade para o setor”, destaca César Araújo. “Temos muita dificuldade em exportar porque temos que certificar em cada país. A grande maioria das empresas de vestuário não têm essas certificações e têm falta de conhecimento para as obter, explica ao ECO, o fundador da Calvelex. Já o presidente da Riopele, José Alexandre, enumera ainda outra problemática: “Já existem máquinas que fazem praticamente as máscaras do princípio ao fim, o que implica pouca mão-de-obra e acaba por reduzir bastante o custo.”

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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