Compra da Viesgo pela EDP tem entrada direta para o top dos maiores negócios do ano

Elétrica portuguesa vai investir 900 milhões para comprar a empresa espanhola, da qual assume ainda 1,1 mil milhões de dívida. Negócio vai contar ainda com investimento de 700 milhões da Macquarie.

A EDP prepara-se para comprar a empresa espanhola Viesgo, num negócio avaliado em 2,7 mil milhões de euros. Apesar de ainda não estar fechado e de esperar autorizações regulatórias, a aquisição da elétrica liderada interinamente por Miguel Stilwell d’Andrade tem entrada direta para os maiores negócios da Europa este ano.

Desde o início do ano, num período em que os negócios na Europa estão a ser amplamente afetados pela pandemia de Covid-19, a maior operação de fusão e aquisição (M&A, na sigla em inglês) foi a compra da Willis Towers Watson pela Aon, por 31.633 milhões de euros, gerando a maior corretora de seguros do mundo.

Seguem-se a venda de 50,26% do banco russo Sberbank of Russia ao Fundo Soberano da Rússia e a fusão da Liberty Global e da Telefónica no Reino Unido, segundo os dados fornecidos pela Dealogic ao ECO. Apesar de não estar no pódio, Portugal tem dois negócios entre os maiores na Europa.

Em maio, o Grupo José de Mello e a Arcus fecharam venda de 81,1% da concessionária a um consórcio formado por investidores formado pela APG (gestora de ativos da ABP, o fundo de pensões dos funcionários públicos e do setor da educação dos Países Baixos), o NPS (serviço nacional de pensões da República da Coreia) e a SLAM (gestora de ativos da Swiss Life, a maior seguradora do ramo vida na Suíça).

O valor não foi na altura divulgado, mas o ECO avançou que a operação situava a avaliação global da Brisa em torno de três mil milhões de euros. O montante apontado pela Dealogic — 2.433 milhões de euros — confirma essa avaliação. O negócio é, neste momento, o 10.º maior na Europa, desde o início do ano. Mais abaixo, para a 19ª posição, entra agora a EDP.

Há dois negócios portugueses no top de M&A

Fonte: Dealogic

Investimento líquido é de 900 milhões. Assume dívida de 1,1 mil milhões

Este é um negócio com várias fases. A subsidiária da elétrica para distribuição de eletricidade em Espanha, a E-Redes, vai comprar ao fundo Mcquarie as empresas de distribuição de eletricidade da Viesgo, Viesgo Distribution e Begasa por 565 milhões de euros.

Como parte da transação, a EDP irá adquirir 100% do negócio renovável da Viesgo através da subsidiária EDP Renováveis. O negócio renovável é composto por 24 parques eólicos e duas centrais mini-hídricas localizadas em Espanha e Portugal, com capacidade instalada líquida total acima de 500 MW. A EDP também irá adquirir as duas centrais de geração térmica da Viesgo no sul de Espanha.

Assim, o negócio de renováveis fica do lado da EDP Renováveis, enquanto as redes e distribuição são fundidas com o negócio da EDP Espanha. A empresa que resulta desta fusão continuará a ser detida em 75,1% pela EDP, enquanto os restantes 24,9% são comprados pela Macquarie Infrastructure and Real Assets (MIRA), em conjunto com os seus fundos.

Feitas as contas às várias fases, a transação da Viesgo acarreta um investimento líquido por parte da EDP de 900 milhões (para o qual está a preparar um aumento de capital de mil milhões) e resultará na consolidação pela EDP da dívida financeira líquida existente na Viesgo de 1,1 mil milhões. São estes dois mil milhões que são considerados para o ranking da Dealogic. A MIRA irá investir ainda um total de 700 milhões como parte da transação.

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