Fitch vê malparado da banca a subir, mas abaixo dos níveis da crise da dívida
A qualidade dos ativos dos bancos vai deteriorar-se com a crise da pandemia, com uma subida do malparado. Mas não para os níveis da crise da dívida, segundo a Fitch.
A Fitch considera que os bancos portugueses estão vulneráveis a uma contração económica mais prolongada. A agência de notação financeira vê o crédito malparado subir em consequência da recessão, mas não para os níveis da crise da dívida.
“A quebra económica sem precedentes por causa da pandemia do coronavírus é um risco chave para os ratings dos bancos portugueses, com a recessão severa a pressionar o ambiente operacional dos bancos, a qualidade dos ativos, os lucros e a capitalização”, começa por dizer a agência de notação financeira num relatório publicado esta sexta-feira.
A Fitch lembra que as perspetivas de longo prazo já eram limitadas para a maioria dos bancos à entrada para a crise. Por isso diz: “A manutenção de almofadas de capital adequadas e a gestão ativa dos ativos problemáticos vão ser fatores chave para os atuais níveis de rating“.
Em relação à qualidade dos ativos, os bancos deverão assistir a um deterioração do seu balanço até ao próximo ano. Por outro lado, não deverá recuperar a rentabilidade antes de 2022 devido aos elevados encargos com imparidades para crédito e à pressão nas receitas.
Destacando as medidas de resposta à pandemia, designadamente as moratórias, as linhas de crédito Covid-19 e os apoios às empresas, a agência afirma que “deverão ajudar a qualidade do crédito no curto prazo”, havendo incerteza sobre o que poderá acontecer depois.
Porém, a Fitch não espera que o crédito malparado em Portugal atinja os níveis observados na recessão de 2011-2014. O rácio de malparado na banca portuguesa chegou a superar os 15%. A agência explica que os bancos estão hoje menos expostos a grandes devedores e endividamento do setor privado é hoje em dia mais reduzido. Sobre os rácios de capital, os bancos deverão observar uma “erosão moderada” este ano.
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