Azevedo Pereira substitui Teixeira dos Santos na liderança do EuroBic
Mudanças à vista na EuroBic. Teixeira dos Santos está de saída do cargo de CEO, sendo substituído por José Azevedo Pereira. Pedro Maia será chairman. Assembleia geral marcada para dentro de um mês.
José Azevedo Pereira deverá ser o próximo presidente executivo do EuroBic, substituindo Fernando Teixeira dos Santos, apurou o ECO junto de duas fontes que conhecem o processo. O novo CEO do banco terá de passar o crivo de ‘fit and proper’ do Banco de Portugal, mas as consultas prévias já realizadas terão recebido sinais favoráveis do supervisor e será aprovado pelos acionistas (assim como a nova equipa de gestão da instituição) em assembleia-geral que se realizará no próximo dia 14 de setembro. Mas há mais novidades: O novo chairman será Pedro Maia, até agora administrador não executivo e que substituirá Diogo Barrote.
Já se sabia que a atual administração do banco estava com os dias contados. Por um lado, porque o EuroBic está em processo de venda (o processo tem conhecido desenvolvimentos nas últimas semanas) e o novo acionista indicará uma equipa da sua confiança — razão pela qual a última assembleia geral deixou cair a eleições de novos órgãos até à conclusão da venda. Por outro lado, porque o supervisor veio pressionar uma alteração da atual administração cujo mandato terminou em dezembro do ano passado, temendo que o processo de venda se arraste por demasiado tempo.
Com efeito, as mudanças estão aí e até já foi agendada uma assembleia geral de acionistas, marcada para dentro de um mês, para aprovar os novos gestores. Além de Teixeira dos Santos, da atual conselho de administração deverão sair Fernando Teles, Rui Pedras, Pedro Almeida e Silva e Bernardo Espírito Santo. Permanecerá Manuel da Luz como administrador financeiro, enquanto José Azevedo Pereira, antigo diretor-geral da Autoridade Tributária e que chegou ao banco há pouco mais de um ano para ficar com o pelouro do risco, entre outros, subirá ao posto de CEO.
Por outro lado, sabe o ECO, o administrador independente Duarte Pitta Ferraz deverá presidirá à comissão de auditoria, um novo órgão dentro do conselho de administração, em substituição do Conselho Fiscal. Susana Ferreira, até agora presidente, passará a administradora executiva.
Oficialmente, nenhuma das partes envolvidas neste processo (acionistas, EuroBic e Banco de Portugal) faz comentários às mudanças em perspetiva.
Ao que o ECO apurou, uma vez que a nova administração poderá ter um prazo de validade curto, em virtude da mais do que provável venda da posição acionista de Isabel dos Santos (cujos direitos de voto estão suspensos) e de Fernando Teles, além de outros pequenos acionistas angolanos, haverá um acordo que estabelece que os novos administradores terão direito a receber um ano de salários a partir do momento em que se efetivar a venda do banco a um novo investidor e este venha a indicar outra administração.
O processo de venda tem conhecido desenvolvimentos nas últimas semanas, depois de falhado o negócio com o Abanca devido ao baixo preço oferecido pelos galegos — cerca de 0,3 vezes os capitais próprios do banco, numa oferta que rondaria os 170 milhões de euros, abaixo dos 240 milhões iniciais. Há vários interessados no EuroBic, entre os quais o banco de investimento Haitong, que estará apostado em alargar as suas operações à banca comercial.
Todas estas mudanças foram desencadeadas pelo caso Luanda Leaks, cuja polémica rebentou no início do ano e colocou pressão sobre Isabel dos Santos e o EuroBic, onde a empresária angolana detém 42,5% do banco. Apesar disso, a filha do ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos está inibida de votar na próxima assembleia-geral do banco, por determinação do Banco de Portugal.
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