Finanças: “Melhoria do rating poderia reduzir custos da dívida”
Ministério das Finanças manifesta-se despreocupado com aumento dos custos de financiamento com a emissão desta quarta-feira. "Taxas estiveram alinhadas com referencial do mercado", diz.
Portugal pagou esta quarta-feira o juro mais elevado numa emissão de obrigações a 10 anos desde a saída da troika, mas o Ministério das Finanças mantém-se tranquilo em relação ao agravamento dos custos de financiamento do soberano. Preocupado subida das taxas? “O custo de financiamento associado à emissão encontra-se alinhado com o seu referencial no mercado secundário”, responde o gabinete de Mário Centeno ao ECO. “Aliás, ao longo do dia de ontem, o mercado reagiu bem à execução da transação, na medida em que as taxas de juro na parte mais longa da curva se reduziram”, salientou ainda.
O IGCP finalizou ontem a primeira operação de financiamento do ano. Conseguiu levantar os 3.000 milhões de euros que pretendia, um empréstimo pelo qual pagou uma taxa de juro de 4,227%, a taxa mais elevada desde fevereiro de 2014. No mercado secundário, as yields associadas à dívida nacional descem esta quinta-feira na generalidade dos prazos, com a taxa das obrigações a 10 anos a ceder para um nível abaixo dos 4%, depois da escalada acentuada neste arranque de ano.
O Ministério espera que os custos de financiamento possam baixar no futuro. E para isso há sobretudo dois fatores que deverão ajudar: “Correntemente, a atividade económica apresenta-se relativamente sólida, embora em padrões inferiores a outras recuperações, e a inflação revela sinais de fortalecimento. Portugal está ainda condicionado por outros fatores específicos como o seu rating, que impede a participação de classes importantes de investidores. Novidades relativamente a esta variável, designadamente, melhoria de rating, poderiam impulsionar uma queda de custos de financiamento“.
" Portugal está ainda condicionado por outros fatores específicos como o seu rating, que impede a participação de classes importantes de investidores. Novidades relativamente a esta variável, designadamente, melhoria de rating, poderiam impulsionar uma queda de custos de financiamento.”
Com esta emissão, Portugal já assegurou cerca de 20% do financiamento previsto para 2017. Ao longo do ano, o Tesouro português conta emitir, em termos brutos, entre 14 e 16 mil milhões de euros em obrigações para financiar 2017.
A Moody’s, uma das três principais agências de notação financeira do mundo, apresenta esta sexta-feira a sua visão sobre Portugal. A agência norte-americana atribui um rating não solicitado de “Ba1” à dívida portuguesa, um nível considerado especulativo.
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