Bem-estar dos portugueses melhorou antes da pandemia
O bem-estar dos portugueses melhorou em 2019, atingindo um máximo de, pelo menos, 2004, principalmente por causa da melhoria do bem-estar económico que se registava desde a crise anterior.
A pandemia pode ter mudado esta evolução, mas antes de o vírus chegar os portugueses registaram uma melhoria do bem-estar. Desde 2014 até 2019 que o índice de bem-estar tem melhorado em Portugal, principalmente por causa da melhoria das condições económicas. Após ter atingido um máximo em 2019, o indicador deverá cair em 2020, mas os dados só serão conhecidos daqui a um ano.
“Os dados preliminares para 2019 apontam para a continuação de um ligeiro crescimento do IBE [Índice de Bem-Estar], explicado por uma melhoria na Qualidade de vida, e pela melhoria mais pronunciada nas condições materiais de vida“, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira no destaque em que atualiza o índice de bem-estar dos portugueses.
O indicador atingiu em 2019 o seu valor mais elevado desde que começou a ser medido em 2004: 50 pontos numa escala de 0 a 100 pontos. Este é o culminar de uma recuperação iniciada em 2013, após o impacto mais forte da anterior crise financeira, mas que deverá ser interrompida pela chegada da crise pandémica em 2020. Os dados relativos a este ano só deverão ser divulgados pelo INE no próximo ano.
Apesar de ter melhorado no ano passado, a melhoria regista um abrandamento, tal como em 2018. Um dos domínios que menos melhorou foi o do emprego, isto num ano em que a taxa de desemprego já estava em níveis historicamente baixos, impedindo melhorias muito mais expressivas. Já a segurança pessoal, a educação, conhecimento e competências foram os domínios que mais melhoraram.
Entre 2004 e 2019, o índice de bem-estar dos portugueses duplicou. “Esta evolução positiva deveu-se sobretudo aos progressos na vertente Qualidade de vida (com a exceção do período 2007-2008) e nas condições materiais de vida (exceto no período 2010-2013)“, explica o gabinete de estatísticas.
É de notar que neste período praticamente todos os domínios considerados neste índice cresceram, à exceção do “balanço vida-trabalho”, considerado na vertente de qualidade de vida, sendo o que “menos cresce no período, mantendo-se relativamente estável sobretudo a partir de 2010”, nota o INE.
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