Portugal regista terceira maior subida da poupança na UE
Rendimento disponível caiu ligeiramente em Portugal, enquanto a poupança disparou perante menor consumo. Pandemia mudou drasticamente os hábitos das famílias na gestão dos seus orçamentos.
A pandemia mudou drasticamente os hábitos das famílias no que toca ao dinheiro. Com a necessidade de manter as pessoas em casa para travar os contágios, o consumo afundou enquanto a poupança disparou. Portugal seguiu a mesma tendência de muitos países. Dados revelados pelo Eurostat indicam que registou a terceira maior subida da taxa de poupança na União Europeia no segundo trimestre, marcado em grande parte pelas medidas de confinamento.
Portugal viu a taxa de poupança (em termos gerais, a parte do rendimento disponível que não foi gasta) disparar mais de dez pontos percentuais (pp) entre abril e junho, sendo o terceiro Estado membro com a maior variação, de acordo com o gabinete de estatísticas de Bruxelas. Apenas Irlanda (+22,0 pp) e Espanha (+13,7 pp) registaram maiores variações dentro da UE. A média europeia e da Zona Euro foi de subida de 10 pp.
“A principal razão que explica o aumento da taxa de poupança da UE de 10,8 pp foi a descida acentuada de 17,3% na despesa de consumo final das famílias. Esta queda na despesa de consumo final das famílias contrastou fortemente com a diminuição de 1,8% no último trimestre e os recentes aumentos superiores a 2%”, disse o Eurostat.
Do outro lado, a Suécia, um dos países que teve abordagem diferente à pandemia, sem impor confinamento generalizado, foi o país do espaço comunitário europeu onde a taxa de poupança até caiu, com uma variação negativa de 0,6 pp.
A poupança acelerou enquanto as despesas das famílias afundou no segundo trimestre, num período em que não saíram de casa e muitas lojas e restaurantes e até fronteiras se encontravam encerrados.
Em Portugal, a variação no consumo das famílias registou um travão expressivo, afundando cerca de 15 pp naquele período, situando-se a meio da tabela europeia. Espanha, Irlanda, Itália, França, Bélgica, Áustria e Eslovénia tiveram quedas mais expressivas que a portuguesa, sendo que países como Espanha e Itália registaram quedas acentuadas no rendimento disponível, o que também ajuda a explicar a queda no consumo.
Dinamarca (-4,4%) e República Checa (-7,7%) observaram comportamentos mais estáveis naquilo que foram as despesas domésticas.
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