Turismo com quebras de mais de 50%. Um quarto dos hotéis estava fechado em setembro
Depois de três meses de ligeira recuperação, o turismo voltou a cair em setembro. Com o verão terminado, Portugal recebeu apenas 1,4 milhões de hóspedes, com 24% dos estabelecimentos fechados.
O verão trouxe uma recuperação suave ao setor do turismo, ainda que o número de turistas continuasse cerca de 40% abaixo dos níveis do ano passado. Contudo, em setembro, o setor voltou às perdas, passando pelos alojamentos nacionais apenas 1,4 milhões de hóspedes, menos 53% do que no ano passado, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Os proveitos caíram 60% para 204,8 milhões de euros.
Depois de uma recuperação que durou três meses, setembro pôs fim a esse ânimo. Este cenário já tinha sido antecipado pelo próprio INE e acabou mesmo por se confirmar. O nono mês do ano trouxe apenas 1,4 milhões de hóspedes aos alojamentos nacionais, menos 52,7% do que em setembro do ano passado, num total de 3,6 milhões de dormidas, menos 53,4% do que em 2019. Comparando com agosto, estes números mostram um agravar da situação do setor, já que as quedas tinham sido de 43,6% nos hóspedes e de 47,1% nas dormidas.
Do total de 1,37 milhões de hóspedes, 887.300 são residentes em Portugal, enquanto 483.600 são estrangeiros. No que diz respeito a dormidas, o maior peso coube aos hóspedes nacionais (2,03 milhões), tendo estas caído 8,5%, enquanto os hóspedes internacionais representaram 1,52 milhões de dormidas, menos 71,9% do que em setembro do ano passado, refere o INE.
Como tem sido habitual, a hotelaria continua a ser o segmento preferido dos hóspedes na hora de escolher onde passar a noite, concentrando 1,92 milhões de dormidas (-56,9%), à frente do alojamento local (3,38 milhões) e do turismo em espaço rural e de habitação (1,07 milhões).
Contudo, o INE sublinha que, em setembro, 24% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram sequer movimento de hóspedes. Em agosto este indicador tinha sido de 22,8%.
Mercado norte-americano cai 96%
“A totalidade dos 16 principais mercados emissores manteve decréscimos expressivos em setembro”, refere o INE, notando que estes mercados captaram 93% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico.
As maiores reduções observaram-se nos mercados norte-americano (-95,6%), chinês (-94,9%), canadiano (-94.8%) e irlandês (-91,7%), enquanto os mercados belga (-49,6%), holandês (-51,1%), espanhol (-51,8%) e suíço (-55,2%) foram os que registaram menores decréscimos.
Já no que diz respeito a regiões, todas registaram decréscimos das dormidas, registando-se as menores diminuições no Alentejo (-20,9%), Centro (-40,5%) e Algarve (-44,8%), e as maiores reduções na Área Metropolitana de Lisboa (-71,8%), Região Autónoma dos Açores e Região Autónoma da Madeira (-66,2%). O Algarve concentrou 40% das dormidas, seguindo-se o Norte (15,9%).
Proveitos totalizaram apenas 205 milhões de euros
A acompanhar esta tendência de perdas estiveram, claro, os proveitos. Em setembro, os proveitos totais somaram 204,8 milhões de euros, menos 59,2% do que no mesmo mês do ano passado, refere o INE. Desde total, 155 milhões de euros (-59,5%) disseram respeito a proveitos de aposento.
De acordo com o INE, “todas as regiões registaram decréscimos expressivos nos proveitos totais e de aposento em setembro”, com especial destaque para a AML (-80,1%), Região Autónoma dos Açores (-69,6%) e Região Autónoma da Madeira (68,1%).
Por sua vez, a “evolução dos proveitos foi negativa nos três segmentos de alojamento”: na hotelaria, os proveitos totais e de aposento diminuíram 60,8% e 61,3%, respetivamente, enquanto no alojamento local reduziram -57,6% e -59% e no turismo no espaço rural e de habitação recuaram 13,7% e -12,5%.
(Notícia atualizada às 11h46 com mais informação)
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