Confinamento leva bolsa à primeira queda semanal desde outubro
Desde a última semana de outubro que o PSI-20 não fechava uma semana com saldo negativo.
Terminou esta sexta-feira um ciclo de dez semanas de ganhos na bolsa nacional, com o PSI-20 a registar uma queda semanal de 4%, isto quando o país voltou ao confinamento generalizado que se deverá estender ao longo de um mês, pelo menos.
A sessão do dia em Lisboa encerrou com o principal índice a cair 1,51% para 5.038,24 pontos, o que agravou as perdas acumuladas desde segunda-feira para 3,95%. Desde a última semana de outubro que o PSI-20 não fechava uma semana com saldo negativo.
Apenas duas cotadas portugueses tiveram uma sexta-feira positiva: a Sonae e a Jerónimo Martins, com avanços de 1,76% e 1,19%, respetivamente. As duas retalhistas poderão manter as suas cadeias de super e hipermercados (Continente e Pingo Doce) abertas durante o período de confinamento, embora o ministro da Economia já tenha anunciado que vai impor restrições no tipo de produtos que poderão vender.
Por seu turno, a Galp e o BCP registaram as maiores quedas, com baixas de 4,67% e 3,06%. A EDP caiu 0,89% para 5,346 euros, ligeiramente acima do valor de venda de um bloco de 100 milhões de ações que o acionista chinês China Three Gorges realizou esta quinta-feira. “Esta movimentação reforça a nossa visão de que a China Three Gorges tornou-se num investidor financeiro na EDP”, assumem os analistas do CaixaBank/BPI. Após esta transação, os chineses ficam com 19% do capital da elétrica nacional.
Lá por fora, o dia também foi de perdas, com os investidores preocupados com o agravamento da pandemia e os dirigentes políticos a anunciarem medidas mais restritivas para controlar a disseminação do vírus. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel pediu uma “ação rápida” depois de o país ter registado um número recorde de mortes. O Governo francês anunciou que vai reforçar o controlo das suas fronteiras na segunda-feira e impor o dever de recolhimento obrigatório mais cedo no sábado.
O índice Stoxx 600 caiu mais de 1% e também fechou a semana com um registo negativo. As bolsas de Paris, Madrid e Frankfurt tiveram quedas na ordem de 1,5%. Nota ainda para o índice bolsista holandês: o AEX de Amesterdão cedeu 0,75% no dia em que o Governo se demitiu em bloco por causa de um relatório que culpa o executivo pela má gestão dos abonos de família, que terão causado problemas financeiros a milhares de famílias.
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