Banco de Fomento estuda prolongar período de carência das linhas Covid-19
AHRESP defendeu "a prorrogação urgente do período de carência das linhas de crédito de apoio à economia Covid-19, no mínimo até 30 de junho de 2022".
O Banco Português de Fomento já está a estudar “há algum tempo” a possibilidade de prolongar o período de carência das linhas de crédito de apoio à economia Covid-19, confirmou ao ECO fonte oficial da instituição.
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) defendeu na terça-feira, em comunicado, “a prorrogação urgente do período de carência das linhas de crédito de apoio à economia Covid-19, no mínimo até 30 de junho de 2022″, para evitar que milhares de empresas entrem em incumprimento.
O ECO questionou o Banco Português de Fomento se o pedido estava a ser considerado e a resposta foi: “A questão já está a ser estudada pelo BPF há algum tempo”.
Desde a primeira linha de crédito lançada em março de 2020 para ajudar as empresas a suportar os efeitos da pandemia que existe um período de carência de pelo menos até um ano. No caso da linha de 600 milhões de euros, destinada à restauração e similares, lançada em março, cada empresa podia receber, no máximo, 1,5 milhões de euros, estava definido um período de carência até um ano e o crédito podia ser amortizado até quatro anos. Isto significa que, dependendo da data da contratualização da linha, as empresas teriam de começar a reembolsar os valores em março ou abril deste ano.
“Estando o país em pleno confinamento, e as nossas atividades económicas encerradas, torna-se da maior importância que a amortização dos empréstimos contraídos no decorrer de 2020 seja urgentemente prorrogada“, defendia no mesmo comunicado a AHRESP.
Este período de carência era idêntico para a linha de 200 milhões de euros destinada às agências de viagens, empresas de animação e organização de eventos e similares, também lançada em março; a linha de 900 milhões para os empreendimentos e alojamentos turísticos ou ainda a linha de 1.300 milhões para a indústria têxtil, calçado, extrativa e da fileira da madeira e cortiça.
Com a persistência da pandemia, e a economia a contrair 16,4% em termos homólogos no segundo trimestre, o Executivo decidiu nas linhas seguintes, lançadas em agosto, aumentar o período de carência para 18 meses, mas também exigia que a quebra de faturação fosse de 40% e já não 20% como nas primeiras. Foi o caso da linha de crédito de mil milhões de euros para ajudar as micro e pequenas empresas a resolverem dificuldades de tesouraria. Uma opção que se manteve na linha seguinte, de 400 milhões de euros para apoiar a tesouraria das médias empresas, mas também das mid caps. Mas para acederem a esta linha não podiam despedir trabalhadores até ao final desse ano.
De sublinhar que nas duas últimas linhas — para a indústria exportadora e para o turismo, assim como para as empresas que se dedicam à prestação de serviços no setor dos eventos — que podem ser convertidas até 20% a fundo perdido, a opção foi voltar a impor um período de carência de um ano.
No entender da AHRESP, “o reembolso só deverá ser iniciado no verão do próximo ano (2022), momento em que se espera que a situação pandémica esteja mais controlada e haja um retomar da procura turística”. “Só assim se poderá evitar o incumprimento de milhares de empresas”, sustenta a associação.
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