Médicos, advogados e enfermeiros no top 3 dos mais mediáticos

Estudo da Carma avaliou notícias no ano de 2020. Apesar do contexto pandemia, bastonário dos advogados está no top 3 dos mais mediáticos.

Médicos, advogados e enfermeiros. Por esta sequência, o “Estudo de notoriedade mediática das ordens profissionais em Portugal ” conclui que estas são as três classes em que as respetivas associações profissionais são mais mediáticas, bem como os respetivos bastonários.

Face ao contexto pandémico, era expectável que as ordens da área da saúde encabeçam o topo do ranking. “No entanto, é também de evidenciar o facto de constarem duas ordens, que não são do setor da saúde, no Top 5 deste ranking, nomeadamente a Ordem dos Advogados e a Ordem dos Contabilistas Certificados”, diz o estudo feito pela Carma Portugal mas também da responsabilidade da própria Ordem dos Contabilistas certificados, uma das associações avaliadas.

Um trabalho que resultou da pesquisa, compilação e análise de todas as notícias, publicadas em praticamente todos os media, referentes às atuais dezoito ordens profissionais existentes em Portugal, na qual se considerou, também, informações e notícias que mencionassem ou se relacionassem com os respetivos bastonários. O período de análise foi entre 1 de Janeiro e 31 de dezembro de 2020.

A Ordem dos Médicos é a que regista maior volume de notícias (10.027) e a que reúne 56% do total mediático no período em análise. Segue-se a Ordem dos Advogados, em segundo lugar com 2.442 notícias (14%); em terceiro, a Ordem dos Enfermeiros, com 1.887 notícias (11%); a Ordem dos Contabilistas Certificados, em quarto, com 957 notícias (5%); e em quinto, a Ordem dos Farmacêuticos, com 715 notícias (4%).

Em soma, as ordens no TOP5 do ranking, totalizam 89,3% da exposição mediática (ver tabela em baixo)

Em relação aos bastonários, analisando o volume de notícias de cada uma face ao total de notícias da respetiva Ordem que presidem que é o médico Miguel Guimarães que ocupa o lugar de destaque, seguindo-se do dos advogados, Luís Menezes Leitão (ver tabela).

Relativamente à favorabilidade das notícias referentes às Ordens, verifica-se que a
Ordem dos Contabilistas Certificados é que regista a favorabilidade média mais elevada
(1,33). A grande maioria das notícias desta Ordem é “Positiva” ou “Muito Positiva”, totalizando 94% do volume total de notícias. Não se registaram notícias “Negativas” ou “Muito negativas” relativamente à Ordem dos Contabilistas. A Ordem dos Advogados é, por sua vez, a que regista os menores índices de favorabilidade média (0,70).

Relativamente aos bastonários do TOP5, é novamente a bastonária da Ordem dos Contabilistas
Certificados que regista a favorabilidade média mais elevada: 1,55; valor que corresponde a
uma classificação “Muito Positiva”. Também relativamente à exposição mediática da bastonária, não se registaram notícias “Negativas” ou “Muito negativas”. A bastonária dos Enfermeiros é, por oposição, a que regista os menores índices de favorabilidade média (0,83), sendo também a única que regista notícias Muito negativas (9%).

 

Relativamente à exposição mediática da Ordem dos Advogados, a Ordem obteve os índices
de favorabilidade mais elevados nos temas Propostas de acesso ao direito (1,36);
Credibilidade do Sistema Judicial – Juízes (1,18); e Opinião Técnica/Análise (1,08).
Por oposição, os índices de favorabilidade menos elevados correspondem aos temas
Pareces OA e Propostas de Lei (0,47); Processos na Justiça (0,35); e A Ordem dos
Advogados (0,24), correspondendo estes valores a uma favorabilidade Neutra.

Relativamente ao bastonário, os temas onde Luís Menezes Leitão foi avaliado de forma
mais positiva, correspondem às Propostas de Acesso ao Direito (1,42); à Credibilidade
do Sistema Judicial – Juízes (1,29); e na Opinião Técnica/Análise (1,21). Por outro lado,
nos temas Prémios e Eventos (0,58); e A Ordem dos Advogados (0,53) são os que
registam os índices de favorabilidade mais baixos.

“A exposição mediática observada relativamente às Ordens Profissionais, durante 2020,
demonstra um elevado destaque para as Ordens da área da saúde, no que diz respeito ao
volume de notícias, sendo a Ordem dos Médicos a que mais se evidencia“, segundo diz o estudo.
“Porém, em termos de favorabilidade de imagem mediática, a Ordem dos Contabilistas
Certificados, lidera o posicionamento, sendo a que regista os índices mais elevados.
Comparando-se as Ordens, em relação a tomadas de posição, proatividade, e influência nos
seus setores, há diferenças entre as Ordens Profissionais que foram alvo de avaliação
qualitativa”.

O documento conclui ainda que a Ordem e a bastonária dos Contabilistas Certificados, destaca-se por ser a mais interventiva em relação à defesa dos interesses dos profissionais do setor, bem como dos contribuintes (cidadãos e empresas); a que mais tenta reforçar a credibilidade e o estatuto da classe e contribuir para a imagem de prestígio da mesma.

Já a Ordem dos Médicos e o bastonário, é o que se destaca em relação à defesa dos
interesses da classe, mas mais numa vertente financeira, preconizando um aumento dos
incentivos e prémios de desempenho, bem como à defesa do acesso limitado à especialidade para não se verificar uma desvalorização dos profissionais médicos. Para a OM, a prioridade é a economia da saúde, não a saúde pública (defende a retirada de recursos e orçamento do SNS para transferir para as entidades privadas).

A Ordem e o bastonário dos Advogados, destacam-se relativamente à defesa da
credibilidade do sistema judicial. A sua evidência em termos de influência, observa-se no
apelo a um esforço de independência da Magistratura em relação ao poder político. A sua
influência também se verifica nas tomadas de posição face à defesa dos direitos humanos.

A Ordem e a bastonária dos Farmacêuticos, demonstram poucos indícios de influência,
sendo apenas de destacar o esforço para que a preponderância da classe aumente, pedindo
o reconhecimento da participação das Farmácias em projetos nacionais na área da saúde.

A Ordem e a bastonária dos Enfermeiros, evidenciam-se pela tentativa de valorização da
qualidade dos enfermeiros portugueses e da importância que têm no sistema nacional de
saúde. Destaca-se a resiliência no apelo à contratação de mais profissionais, de forma a
dotar o setor de meios humanos, para que as respostas às necessidades da prestação de
cuidados de saúde aumentem os índices de qualidade, face ao atual panorama nacional.

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