Economia mantém ritmo apesar do maior desconfinamento

Apesar de Portugal estar mais desconfinado, a economia não acelerou face às semanas anteriores.

O indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal mostra que a economia portuguesa manteve o mesmo dinamismo na semana terminada a 25 de abril, apesar de ter entrado numa fase de maior desconfinamento com a abertura dos centros comerciais e dos espaços interiores da restauração.

“Na semana terminada a 25 de abril, o indicador diário de atividade económica (DEI), assim como a taxa bienal correspondente, registaram variações próximas das observadas na semana anterior“, revela o Banco de Portugal esta quinta-feira na atualização do indicador diário de atividade económica.

Economia estabiliza na terceira semana de abril

 

Apesar de diário, o DEI é apenas publicado à quinta-feira, com dados até ao domingo anterior. Com efeito, a 25 de abril, o último dia para o qual foi apurado o DEI, o crescimento (e não queda, como nos meses anteriores) homólogo do indicador foi de 15,5%. Quanto à média móvel semanal, o último valor é o de 22 de abril: uma subida homóloga de 23,5%.

Uma vez que a comparação homóloga já é feita com um período marcado pelo primeiro confinamento provocado pela pandemia, o Banco de Portugal decidiu fazer um novo gráfico em que compara o DEI atual com o acumulado de dois anos para tentar atenuar esse efeito. “Assim, obtém-se a variação da atividade entre um determinado dia num ano face ao mesmo dia dois anos antes”, explica. A taxa bienal também estabilizou na terceira semana de abril, de acordo com o banco central.

Estes dados sugerem que, pelo menos para já, ainda não é visível na economia o impacto do maior desconfinamento que Portugal vive há cerca de duas semanas e que, ao que tudo indica, vai continuar na próxima semana (ou já este fim de semana), o que deverá contribuir para um maior dinamismo da economia portuguesa em comparação com o ano passado, altura em que o país estava muito mais confinado e pouco adaptado à nova realidade.

Este novo indicador divulgado este ano pelo banco central incorpora diversas séries de informação, como o tráfego de pesados de mercadorias nas autoestradas, o tráfego de correio nos aeroportos nacionais ou as compras efetuadas com cartões bancários. O impacto da pandemia gerou uma maior necessidade de recurso a este tipo de indicadores económicos de divulgação mais frequente, como é o caso do DEI. Isto acontece porque um dos mais relevantes, o Produto Interno Bruto (PIB), é apenas apurado e divulgado trimestralmente. O PIB do primeiro trimestre será divulgado esta sexta-feira.

A próxima divulgação do DEI está marcada para 6 de maio. “Refira-se que os valores do DEI podem ser revistos devido a revisões da informação de base ou à incorporação de nova informação, em particular referente ao tráfego de veículos comerciais pesados e carga e correio desembarcados, que têm um desfasamento de divulgação superior”, ressalva o Banco de Portugal.

(Notícia atualizada às 12h10 com mais informação)

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