Recebem até 150.000 euros por ano. Estas são as 10 profissões mais bem pagas em Portugal
Um diretor-geral na área da saúde recebe entre 120.000 e 150.000 euros brutos por ano, ou seja, entre 8.571 e 10.714 euros por mês, o que faz destes profissionais os mais bem pagos no país.
A pandemia da Covid-19 colocou o setor da saúde no centro de todas as prioridades, nomeadamente com a crescente procura de profissionais competentes e capazes de fazer frente às dificuldades e desafios acrescidos. Mas, não só médicos e enfermeiros são fortemente procurados hoje em dia, também profissionais altamente qualificados e com as soft skills necessárias para dirigirem as instituições deste setor são fundamentais. E, neste momento, são mesmo os profissionais com as remunerações mais elevadas.
Com base no levantamento das dez profissões mais bem pagas do país, fornecido pelo ManpowerGroup à Pessoas, é possível concluir que um diretor-geral na área da saúde recebe entre 120.000 e 150.000 euros brutos por ano, ou seja, entre 8.571 e 10.714 euros brutos por mês, o que faz destes profissionais os mais bem pagos no país.
Além do setor da saúde, é na tecnologia — sem grande surpresa — que estão os profissionais que conseguem “engordar” mais os seus rendimentos, podendo chegar até aos 120 mil euros brutos anuais.
O segundo lugar do pódio das profissões mais bem pagas pertence à função de chief information officer (CIO), o responsável pela área de tecnologia da informação da empresa, sendo, normalmente, a pessoa com mais experiência desse departamento. “Entre as várias funções, faz a ponte entre a direção da empresa e a equipa de colaboradores da área da informática. Por esse motivo, além de formação em Tecnologia da Informação, precisa de ter também conhecimentos de estratégia, liderança e gestão, o que torna esta uma função muito especializada”, justifica Pedro Amorim, managing director da Experis, consultora de recursos humanos do grupo Manpower. Um CIO ganha entre 95.000 e 120.000 euros brutos anuais, o que corresponde a 6.785 e 8.571 euros mensais.
Na lista segue-se o diretor de centro de serviços partilhados, “um modelo que tem vindo a ser cada vez mais adotado em Portugal”, salienta Pedro Amorim. O centro de serviços partilhados caracteriza-se pela concentração da gestão de serviços não estratégicos numa única unidade organizacional e é uma opção escolhida por grandes grupos económicos nacionais e internacionais. Esta tendência vem “aumentar a procura por perfis que os possam dirigir, com soft skills e hard skills muito particulares”.
Tudo isto faz com que o cargo de diretor de centro de serviços partilhados seja um dos mais emergentes, mas também bem pagos, ganhando anualmente entre 90.000 e 110.000 euros brutos, ou seja, entre 6.428 e 7.857 euros ao final de cada mês.
O ManpowerGroup integra, ainda, na lista profissionais como e-commerce manager, cibersecurity specialist, SAP consultant, big data specialist, software engineer, machine learning specialist e digital marketeer, evidenciando uma clara tendência do setor tecnológico como um dos que paga melhor.
Dos perfis de área da saúde, passando pelos tech, e ainda por algum mais relacionado com o marketing, conheça a lista completa:
Procura de competências técnicas cresce. Escassez de talento agrava-se
De acordo com o estudo “Skills Revolution Reboot”, conduzido a mais de 26.000 empregadores em mais de 40 países, as empresas que estão a digitalizar mais são também as que estão a contratar mais. “A nível global, 86% dos empregadores que estão a automatizar planeiam aumentar ou manter o seu número de colaboradores. No entanto, em Portugal esta realidade é ainda mais acentuada, com 90% dos empregadores com planos de automatização a pretender contratar mais colaboradores e apenas 3% a planear reduzir essas contratações”, afirma o managing director da Experis.
O estudo do ManpowerGroup revela também que, um ano depois do início da crise, estamos a assistir ao arranque de uma recuperação em forma de “K”, ou seja, uma recuperação a duas velocidades, com alguns setores e pessoas a recuperar “melhor e de forma mais rápida”, alguns dos quais integram a lista de profissões acima, e outros tendencialmente a ficarem para trás.
À medida que a procura por competências técnicas aumenta, a escassez de talento agrava-se. “Provoca uma cisão crescente na força de trabalho entre quem tem ou não as capacidades mais desejadas, aumentando o valor salarial dos primeiros”, explica. Esta desigualdade é mais notória no caso das competências em domínios tecnológicos, como a cibersegurança, o desenvolvimento de software ou a análise de dados.
“Nestas áreas, o talento é escasso porque as competências são muito recentes e existe uma elevada procura, acentuada pelo impacto da crescente digitalização e do aumento do número de empresas na área de tecnologia e de startups que existe no nosso país. Consequentemente, esta é uma área que apresenta salários mais elevados para profissionais de vários níveis”, continua.
Motivações para além do salário
Embora o salário continue a ser um fator muito importante, vários estudos demonstram que aquilo que é valorizado pelos trabalhadores tem vindo a mudar ao longo dos anos. A alta remuneração é, regra geral, o primeiro fator de atração e retenção, mas existem agora outras prioridades.
“Os trabalhadores querem um emprego desafiante, a oportunidade de desenvolver as suas competências e potenciar as suas carreiras. O facto de terem um real desafio profissional está entre as cinco principais prioridades para trabalhadores de todas as idades, géneros e geografias”, refere Pedro Amorim, baseando-se no estudo “Talent Shortage/What Workers Want”.
A formação contínua é também cada vez mais valorizada: quase 80% dos trabalhadores de empresas que oferecem formação estão satisfeitos com o seu trabalho, ao contrário de 61% dos trabalhadores das empresas que não apostam pela formação e desenvolvimento.
Consequência do atual contexto, também a flexibilidade e o controlo sobre os horários tornam-se fundamentais para o bem-estar das pessoas. “A flexibilidade está entre as três principais prioridades para trabalhadores de todas as idades, géneros e geografias, sendo o segundo fator de atração mais importante para trabalhadores entre os 25 e os 44 anos. Trabalhadores com controlo sobre os seus horários relatam maior satisfação no trabalho, bem como níveis mais baixos de desgaste e de stress”, explica o responsável.
Na lista dos benefícios mais valorizados pelos profissionais está, também, a existência de um objetivo ou propósito comum — algo que é cada vez mais importante no recrutamento de talento –, a autonomia e, finalmente, o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional.
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