Economia acelera no final de abril com desconfinamento
O indicador de alta frequência do Banco de Portugal para a economia portuguesa mostra que a economia portuguesa acelerou no final de abril à boleia do desconfinamento.
O indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal mostra que a economia portuguesa acelerou na na semana terminada a 2 de maio, beneficiando do progressivo desconfinamento do país. O fim de semana de 1 e 2 de maio foi o primeiro desde novembro em que os estabelecimentos estiveram abertos durante todo o dia.
“Na semana terminada a 2 de maio, o indicador diário de atividade económica (DEI), assim como a taxa bienal correspondente, registaram variações superiores às observadas na semana anterior“, revela o Banco de Portugal esta quinta-feira na atualização do indicador diário de atividade económica.
Economia acelera na última semana de abril
Esta quarta-feira, na apresentação do boletim económico de maio, o governador do Banco de Portugal adiantou que, em termos homólogos, o indicador de atividade económica já exibiu um crescimento face a 2019 na última semana de abril. Além de apresentar um “crescimento homólogo elevadíssimo face a 2020”, o indicador de atividade económica já apresenta na última semana de abril um crescimento homólogo “positivo face a 2019”, o que é “muito mais relevante”, notou Mário Centeno numa mensagem de confiança sobre a evolução futura da economia portuguesa.
Apesar de diário, o DEI é apenas publicado à quinta-feira, com dados até ao domingo anterior. Com efeito, a 2 de maio, o último dia para o qual foi apurado o DEI, o crescimento (e não queda, como nos meses anteriores) homólogo do indicador foi de 29,9%. Quanto à média móvel semanal, o último valor é o de 29 de abril: uma subida homóloga de 27,5%, acima dos 23% da semana passada.
Estes dados do arranque do segundo trimestre contrastam com as variações registadas no primeiro trimestre de 2021 — muito condicionado pelo segundo confinamento — em que o PIB contraiu 5,4% face ao mesmo período do ano passado, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), o qual já tinha sido afetado ligeiramente pela pandemia. Em cadeia, ou seja, face ao quarto trimestre de 2020, a queda do PIB foi de 3,3%.
Uma vez que a comparação homóloga já é feita com um período marcado pelo primeiro confinamento provocado pela pandemia, o Banco de Portugal decidiu fazer um novo gráfico em que compara o DEI atual com o acumulado de dois anos para tentar atenuar esse efeito. “Assim, obtém-se a variação da atividade entre um determinado dia num ano face ao mesmo dia dois anos antes”, explica. A taxa bienal também acelerou na última semana de abril, de acordo com o banco central, registando um valor claramente positivo.
Economia cresce em relação à média dos dois últimos anos
Este novo indicador divulgado este ano pelo banco central incorpora diversas séries de informação, como o tráfego de pesados de mercadorias nas autoestradas, o tráfego de correio nos aeroportos nacionais ou as compras efetuadas com cartões bancários. O impacto da pandemia gerou uma maior necessidade de recurso a este tipo de indicadores económicos de divulgação mais frequente, como é o caso do DEI. Isto acontece porque um dos mais relevantes, o Produto Interno Bruto (PIB), é apenas apurado e divulgado trimestralmente.
A próxima divulgação do DEI está marcada para 13 de maio, sendo relativa à primeira semana de maio, a qual já incorpora o efeito da última fase do plano de desconfinamento. “Refira-se que os valores do DEI podem ser revistos devido a revisões da informação de base ou à incorporação de nova informação, em particular referente ao tráfego de veículos comerciais pesados e carga e correio desembarcados, que têm um desfasamento de divulgação superior”, ressalva o Banco de Portugal.
(Notícia atualizada às 12h15 com mais informação)
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