Sinais de reforço na procura sustentam ganhos do petróleo
Vacinação está a estimular "um regresso aos padrões normais de mobilidade, apoiando a procura energética", enquanto os preços estão também a ser impulsionados pela "disciplina" demonstrada pela OPEP.
A perspetiva de retoma nas economias mundiais e o impacto dessa recuperação no consumo de combustíveis está a impulsionar os preços do petróleo. A matéria-prima mantém a tendência de subida depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os parceiros liderados pela Rússia, que constituem a OPEP+, terem anunciado na terça-feira que vão manter o plano de aumentar a produção em julho.
O Brent negociado em Londres avança 0,83% para 70,83 dólares por barril, tendo chegado a ultrapassar os 71 dólares na terça-feira, o que não acontecia há três meses. Já o crude WTI ganha 0,72% para 68,21 dólares. Os ganhos desaceleraram, no entanto, face à última sessão quando o petróleo negociado em Nova Iorque atingiu máximos de outubro de 2018.
Mark Haefele, chief investment officer da UBS Global Wealth Management, explicou que o desenvolvimento dos programas de vacinação está a estimular “um regresso aos padrões normais de mobilidade, apoiando a procura energética“, em declarações à Reuters. Em simultâneo, considera que o apoio aos preços também se deve à “disciplina” demonstrada pela OPEP+ em relação aos aumentos de produção.
Após uma reunião ministerial, que durou menos de 30 minutos (tornando-a uma das mais curtas da história recente), o cartel anunciou que vai avançar com um aumento de 841 mil barris por dia no próximo mês. “O quadro da procura tem mostrado sinais claros de melhoria”, justificou o príncipe Abdulaziz bin Salman, ministro saudita da Energia. “A procura melhorou em alguns dos maiores mercados, como os Estados Unidos e a China”.
Desempenho dos preços do petróleo
Fonte: Reuters
A melhoria que os produtores veem no mercado está a impulsionar não só o petróleo, mas também as ações. O Stoxx 600 valoriza 0,22%, próximo dos máximos históricos que atingiu na terça-feira. A energia lidera os ganhos no índice de referência europeu, com uma valorização de 0,6%.
Em Portugal, a tendência é contrária e o PSI-20 segue negativo, a perder 0,12%. A Galp Energia (que se prepara para apresentar um strategic update) tomba 1,35% para 10,27 euros por ação depois de ter dado as primeiras indicações aos investidores sobre os planos para os próximos quatro anos.
A petrolífera agora liderada por Andy Brown decidiu cortar os investimentos em 20% ao ano até 2025, mas acredita que o seu portefólio vai permitir aumentar o cash flow. Vai ter um dividendo base a que se juntará uma componente variável dependente da dívida e do cash flow, sendo que este ano, vai pagar esse bónus aos investidores.
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