FMI quer estabelecer preço mínimo internacional para o carbono

  • Lusa
  • 19 Junho 2021

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apela aos dirigentes dos países mais poluidores para que adotem um preço mínimo internacional do carbono, para combater as alterações climáticas.

O Fundo Monetário Internacional publicou sexta-feira um relatório em que apela aos dirigentes dos países mais poluidores para que adotem um preço mínimo internacional do carbono, que oferecesse uma “perspetiva realista” e combate às alterações climáticas.

Fixar um preço do carbono é agora geralmente considerado como um dos instrumentos mais importantes para reduzir, de forma drástica, as emissões de dióxido de carbono, um dos principais gases com efeito de estufa.

“As nossas investigações mostram que é o instrumento incentivador mais eficaz para progredir em direção à descarbonização, com a escala e o ritmo necessário para atingir os objetivos do Acordo de Paris”, disse hoje, durante a apresentação do documento, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva.

Mas, de momento, quatro quintos das emissões são gratuitas, e o preço mundial do carbono é, em média, de três dólares por tonelada, bem menos do que é necessário para encorajar as inovações e os investimentos nas energias verdes ou na eficácia energética.

O relatório do FMI avaliou diferentes cenários e deu o exemplo de um acordo entre seis participantes: Canadá, China, União Europeia, Índia, Reino Unido e EUA.

O preço mínimo internacional poderia ser diferente em função do nível de desenvolvimento do países: 75 dólares para os rendimentos elevados, 50 para as economias emergentes e 25 para os países com fracos rendimentos.

Segundo Georgieva, o plano permitiria a redução das emissões em 23% até 2030, “em linha com os objetivos de uma subida da temperatura média global inferior a dois graus centígrados”.

Concluído em 2015, o Acordo de Paris visa limitar o aquecimento abaixo de dois graus em relação à era pré-industrial. Atingir este objetivo implica “reduzir as emissões entre 25% e 50% até 2030, em dez pequenos anos”, insistiu. O relatório do FMI sugere que se comece pelos países do Grupo dos 20 (G20), antes de ser estendido a outros.

Definir um preço para a tonelada de carbono emitida para a atmosfera é uma maneira de taxar as energias mais poluentes, com o objetivo de incitar consumidores e empresas a recorrerem a energias limpas. Mas “um preço mínimo do carbono não significa uma taxa carbono”, realçou a diretora do FMI. “Sim, as taxas são um mecanismo eficaz, somos favoráveis, mas o preço mínimo pode funcionar através de outras medidas, como a troca de direitos de emissão”, disse.

O plano apresentado pelo FMI parece uma versão alargada do adotado no Canadá, onde o preço do carbono deve passar progressivamente de 50 dólares por tonelada de carbono em 2022, para 170 dólares até 2030.

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