Regresso dos turistas britânicos dita maior quebra de desemprego desde o início da pandemia

O número de desempregados inscritos no IEFP registou a maior quebra do período pandémico, no mês em que os turistas britânicos voltaram a Portugal.

Maio ficou marcado pelo regresso dos turistas britânicos a terras lusitanas e, à boleia, pela maior quebra desde o início da pandemia do número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). O Algarve foi a região do país onde o número de inscritos nos centros de emprego mais caiu, em termos relativos, face a abril de 2021.

De acordo com os dados divulgados do IEFP, em maio, 402.183 desempregados estiveram inscritos nos serviços do emprego do continente e regiões autónomas, menos 5,1% do que no mês anterior e menos 1,7% do que no mês homólogo. Tal significa que, no quinto mês de 2021, menos 21.705 indivíduos estiveram inscritos no IEFP do que em abril.

Maio foi, aliás, o segundo mês consecutivo em que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego recuou, mas a quebra registada no mês anterior tinha sido menos acentuada. Já a diminuição registada no segundo mês do segundo trimestre causa acabou por ser a mais expressiva desde que a pandemia começou.

Desemprego registado está há dois meses em queda

Fonte: IEFP

Isto num mês ficou marcado pelo regresso dos turistas britânicos a Portugal, particularmente ao Algarve. A 17 de maio, Portugal passou à “lista verde” de países para onde os britânicos podem viajar sem restrições (dispensando-se, nomeadamente, o cumprimento de um período de quarentena, no regresso), o que motivou a visita de muitos turistas com essa origem.

O turismo português festejou, de olhos postos na recuperação. As companhias aéreas reforçaram os voos, depois de as reservas terem registado um salto na ordem dos três dígitos, conforme escreveu, na altura, o ECO.

De notar que em 2019, último ano completo sem impacto da pandemia, os britânicos representaram 8% de todos os turistas que estiveram em Portugal, sendo o Algarve e a Madeira os destinos mais procurados por estes.

Daí que, em maio de 2021, com a passagem de Portugal à “lista verde”, a região do Algarve se tenha destacado com a maior quebra — em termos relativos e em cadeia — do desemprego registado. Se no conjunto do país, houve uma quebra, tal como já referido, de pouco mais de 5% do desemprego registado, na região algarvia o recuo foi de 17,6%, ou seja, menos 5.670 desempregados estiveram inscritos nos centros de emprego do Algarve, do que no mês anterior.

Em comparação, a segunda região onde o desemprego registado mais desceu em cadeia foi o Alentejo, e aí o decréscimo foi consideravelmente menos acentuado (7,4% contra os tais 17,6%).

Na mesma linha, o alojamento, restauração e similares destacou-se como o setor com a maior quebra — em termos relativos e em cadeia — de desemprego registado. Em causa está um decréscimo de 11,9% ou 42.691 indivíduos. O segundo setor que mais viu o desemprego registado encolher foi a agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, com um recuo de 8,1%.

Turismo destaca-se, pela positiva, no desemprego registado

Fonte: IEFP

Quanto às ofertas de emprego recebidas ao longo do mês, na generalidade do país, maio foi sinónimo de um salto de 36,1% e também aqui o Algarve destacou-se com um disparo de 185,4% face a abril de 2021.

É importante lembrar, contudo, que a 8 de junho Portugal saiu da “lista verde” que permitia aos turistas britânicos viajarem, sem restrições, até terras lusitanas, o que veio retirar algum ânimo e otimismo ao turismo nacional, bem como à economia portuguesa no seu todo.

Para mitigar o agravamento do desemprego face ao impacto da pandemia e das restrições nas empresas, o Governo de António Costa tem lançado vários apoios, como o apoio à retoma progressiva, o novo incentivo à normalização empresarial e o apoio simplificado para microempresas.

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