Governo tem de dar “alguma sequência” às propostas do PCP para chegar à aprovação
O líder da bancada comunista referiu várias vezes que o partido não está a pensar em eleições legislativa antecipadas, considerando que agora “é o momento de construir” soluções.
O líder parlamentar do PCP defendeu esta segunda-feira que se o Governo quiser ver o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) aprovado “tem de dar alguma sequência” às propostas apresentadas pelos comunistas para resolver os problemas do país.
“Se o Governo quiser, efetivamente, ter Orçamento, tem de dar alguma sequência às questões que nós colocámos, tem de dar resposta, mas uma resposta concreta, com medidas de avanço”, sustentou o dirigente comunista, em entrevista ao programa Polígrafo SIC, transmitida durante a noite de hoje na SIC-Notícias. João Oliveira acrescentou que o PCP “não tomou nenhuma decisão ainda relativamente à votação” do OE2022.
“Fizemos uma avaliação daquilo que é hoje o nosso posicionamento, não apenas face à proposta que o Governo entregou na Assembleia da República, mas também face a uma resposta mais global que é preciso dar aos problemas do país”, completou.
Questionado sobre um eventual cenário de crise política decorrente do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado, o líder da bancada comunista referiu várias vezes que o partido não está a pensar em eleições legislativa antecipadas, considerando que agora “é o momento de construir” soluções para resolver os problemas socioeconómicos de Portugal.
Interpelado sobre se ainda há tempo para construir as soluções aos problemas identificados pelo PCP, João Oliveira colocou o ónus no Governo. “A discussão que se vai fazer nos dias 26 e 27 [de outubro] na Assembleia da República é uma discussão que tem de ter já clarificada qual é a perspetiva que pode sair daquele Orçamento e na resposta global aos problemas do país, como é que esse Orçamento se encaixa nela”, elaborou.
O PCP sabe, prosseguiu o líder parlamentar comunista, que as propostas que apresentou não são “questões momentâneas, que de um dia para o outro se possam resolver”, mas da parte do Governo, insistiu várias vezes ao longo da entrevista, houve sempre “resistência”.
O também membro do Comité Central comunista disse ainda não ser possível fazer uma comparação com a viabilização de orçamentos anteriores, já que o PCP faz uma análise de acordo com o contexto em que os documentos apresentados estão inseridos.
Em 2021, explicou, o quadro era o da pandemia, mas este ano o cenário é outro, acrescentando, no entanto, que o executivo socialista “ainda tem tempo, ainda tem espaço para dar resposta” aos problemas do país.
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