“Rendeiro está abatido porque sabe que chegou ao fim da linha”, diz diretor nacional da PJ
Luís Neves, diretor nacional da PJ explica, no dia em que foi capturado Rendeiro, que este mantinha o estilo de vida com o dinheiro da burla aos lesados do BPP. Segunda será conhecida medida de coação
João Rendeiro está detido, estará com um juiz de instrução na segunda-feira que lhe aplicará uma medida de coação até que seja decidido o pedido de extradição. Tem passaporte português, não tem dupla nacionalidade e comunicou às autoridades sul-africanas que estava no país quando chegou. De forma resumida, esta é a situação atual de João Rendeiro, segundo o diretor nacional da PJ, Luís Neves, em entrevista à CNN Portugal. “Com toda a humildade, quem localizou João Rendeiro foram as autoridades sul-africanas, depois de alertados por nós da situação”, disse o líder da PJ. “João Rendeiro está abatido porque sabe que chegou ao fim de linha”.
O ex-líder do BPP João Rendeiro foi detido este sábado na África do Sul. O ex-banqueiro anunciou no dia 28 de setembro que estava fora de Portugal e que não regressaria para cumprir pena de prisão. “Nesta madrugada, início do dia na República da África do Sul, foi detido João Rendeiro no âmbito de mandados da polícia portuguesa”, afirmou Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, em conferência de Imprensa, este sábado de manhã.
“Percebemos que, mesmo com dupla nacionalidade, não havia obstáculo para que fosse extraditado. Lucília Gago emitiu o mandato provisório de detenção, analisado pela PGR sul africana e ficou concluído que os pressupostos de extradição estavam cumpridos“, explicou ainda o líder do órgão de polícia criminal.
Num tom crítico, Luís Neves explicou que João Rendeiro conseguiu manter “este estilo de vida com o dinheiro que arranjou quando burlou as vítimas do BPP”.
A investigação foi “dificultada, é um trabalho de formiguinha, com toda a cautela e com atenção a pormenores”. Mas foi possível fazer esse trabalho “com toda a discrição, durante semanas a fios. Mas João Rendeiro fez tudo para que não fosse localizado, a grande capacidade financeira que dispõe permite ter meios técnicos, viajar de forma anónima, rodear-se de bons conselheiros, estar em locais e mesmo comprar o silêncio de quem poderia saber onde estava”. E “um passo mal dado podia ter estragado todo o trabalho”.
Na conferência de sábado de manhã, Luís Neves revelou que João Rendeiro ficou “surpreso” com a detenção, que “não estava à espera”. “Logo que tivemos notícia em setembro que a fuga estava a ocorrer, foi emitida uma ‘notícia vermelha’ e os mandados internacionais. Detetámos a saída desta pessoa em 14 de setembro do Reino Unido e temos a perceção por onde passou até chegar à África do Sul”, revelou o diretor da PJ.
Luís Neves acrescentou ainda: “Na semana de 20 a 24 [de novembro], reunimos com os nossos parceiros e com os mais altos dirigentes policiais da República da África do Sul. Explicamos o quão importante e o quão grave tinham sido os crimes cometidos por esta pessoa”. Rendeiro entrou na África do Sul no dia 18 de setembro, disse Luís Neves, e estaria escondido numa província do interior.
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